A inflação dos alimentos tem sido um dos maiores desafios econômicos enfrentados pelas famílias brasileiras nos últimos anos. Em 2025, os preços dos itens alimentícios continuam a pesar no bolso dos consumidores. As famílias com menor renda que já gastam 22,61% do orçamento com alimentação. Este aumento foi mpulsionado por fenômenos climáticos, a pandemia e a guerra na Ucrânia. Com isso, tem gerado grandes impactos no orçamento familiar.
O estudo exclusivo do economista André Braz, da FGV, revela que a inflação dos alimentos tem comprometido ainda mais a renda das famílias. Fator que impacta diretamente aquelas com menor poder aquisitivo. Em 2018, o gasto com alimentos representava 18,44% da renda de famílias de baixa renda. Em 2025, esse número subiu para 22,61%. Essa diferença significativa reflete o aumento constante nos preços dos produtos alimentícios. A pesquisa mostra também que, desde o início de 2020, os preços dos alimentos aumentaram 55,87%. Enquanto isso, a inflação média foi de 33,46%.
O professor Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, especialista em inflação, afirma que a previsão para 2025 é de uma inflação dos alimentos de 3,91%, abaixo da inflação média de 5,03%. No entanto, em entrevista ao Globo, ele ressalta que qualquer aumento no preço desses produtos terá um impacto maior no bolso do consumidor. Isso acontece devido ao aumento acumulado nos últimos anos.
A diferença entre os grupos de renda
Embora a inflação tenha afetado principalmente as famílias de baixa renda, ela também tem impactado a classe média e alta. Para lares com renda acima de 30 salários mínimos, o gasto com alimentação aumentou 9,23% em 2018. Em 2025, o aumento foi para 11,32%. Isso demonstra que as famílias com maior poder aquisitivo não estão imunes aos efeitos dessa alta contínua.
Fenômenos climáticos e a inflação dos alimentos
A inflação dos alimentos também é exacerbada pelos fenômenos climáticos. O economista André Braz explica que eventos como o El Niño e La Niña têm afetado a produção. O café e a carne, exemplo de alimentos essenciais, foram atingidos por essas mudanças. A instabilidade climática também tem contribuído para a alta dos preços. Isso porque a oferta de produtos diminui devido a secas e chuvas excessivas. A produção de milho, por exemplo, tem sido severamente impactada. Além disso, o aumento da temperatura tem acelerado a multiplicação de pragas, como a cigarrinha, que afeta o milho.
Crédito: Marcel Derweduwen/Shutterstock
O desafio do Banco Central
O impacto da inflação dos alimentos no orçamento das famílias também dificulta o trabalho do Banco Central para controlar a inflação. Com os preços dos alimentos em alta e a demanda por produtos essenciais inelástica, ou seja, pouco sensível ao aumento dos preços, a política monetária do Banco Central enfrenta limitações. O aumento das taxas de juros, que é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação, tem um efeito reduzido sobre os preços dos alimentos, pois eles são considerados bens essenciais.
Soluções para mitigar o impacto da inflação dos alimentos
O governo brasileiro tem discutido soluções para mitigar os efeitos da inflação dos alimentos, incluindo a volta dos estoques reguladores. Além disso, a Embrapa, em parceria com a Unicamp, tem desenvolvido sementes de milho mais tolerantes à seca, calor e alagamentos. O objetivo é reduzir o impacto das mudanças climáticas na produção de alimentos. No entanto, a pesquisa ainda enfrenta desafios devido à rapidez das mudanças climáticas e ao surgimento de novas pragas.
Em um cenário de inflação crescente, a busca por soluções eficazes para controlar os preços e garantir a oferta de alimentos essenciais se torna cada vez mais urgente. O impacto desses aumentos no orçamento das famílias brasileiras, especialmente as de menor renda, é um reflexo direto das complexas questões econômicas e ambientais enfrentadas pelo país.
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