A inflação dos alimentos segue como um desafio para os brasileiros em 2025. Os grandes vilões da inflação serão a carne bovina e o café, com previsões de aumento expressivo nos preços ao longo do ano. A escalada dos custos desses itens é reflexo de fatores como a oferta reduzida no mercado internacional, a desvalorização do real e o ciclo da pecuária, que limita a disponibilidade de animais para abate.
A expectativa de analistas do mercado é que os alimentos tenham um aumento de 5% este ano, abaixo da média histórica de 7%, segundo o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otavio Leal. No entanto, os impactos da inflação serão sentidos com mais força nos preços das carnes e do café. Os itens, comuns nas mesas dos brasileiros, devem registrar altas de 7,5% e 20%, respectivamente. Outros produtos como frango (8%), arroz (9,1%) e leite longa vida (5,5%) também tendem a encarecer.
Alexandre Maluf, economista da XP, traça um cenário ainda mais severo. Em entrevista ao Globo, ele projeta um aumento de até 9,2% para os alimentos e bebidas ao longo de 2025. O destaque vai para as proteínas animais. "Vimos uma escalada de preços no fim de 2024 e devemos ver uma alta similar no segundo semestre deste ano", alerta. Segundo ele, a carne bovina pode ficar até 20% mais cara, e o frango, 14%.
Vilões da inflação: fatores que impulsionam os preços
Os aumentos nos preços da carne e do café estão diretamente ligados à dinâmica da oferta e da demanda global. O mercado internacional enfrenta uma redução na oferta de bovinos prontos para abate, um fenômeno cíclico que ocorre na pecuária e limita a quantidade de carne disponível. Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, explica, também em entrevista ao Globo, que os preços da carne bovina sobem quando existem menos fêmeas prontas para o abate, tornando a oferta mais restrita.
O café também enfrenta dificuldades no mercado global. A escassez do grão, aliada à desvalorização do real, faz com que os custos internos aumentem. José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da consultoria MB Agro, destaca que "o preço da saca de café arábica de 60kg chegou a R$ 2.387,85, um aumento de 132% em apenas um ano".
O governo acompanha os aumentos com preocupação. Isso porque a alta no preço de alimentos sensíveis ao consumidor pode impactar a popularidade em um ano pré-eleitoral. Algumas medidas estão sendo debatidas, como a política de estoques reguladores para suavizar oscilações de preços. "Mexer em preços pode perturbar o mercado”. Por isso, Heron do Carmo avalia que retomar os estoques reguladores pode ser uma estratégia eficaz.
Crédito: Adriana Machado/Shutterstock
Como economizar diante da alta dos alimentos?
Com os preços das carnes e do café em elevação, algumas estratégias podem ajudar a minimizar os impactos no orçamento:
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Busque substituições: considere alternativas proteicas mais acessíveis, como ovos, carne suína e cortes menos nobres de bovinos.
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Compre produtos da safra: frutas, legumes e hortaliças da estação costumam ter preços mais baixos e maior qualidade.
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Aproveite promoções: supermercados e feiras oferecem descontos periódicos. Planejar compras pode ajudar a reduzir os custos.
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Evite desperdícios: armazene corretamente os alimentos para evitar perdas e aproveite integralmente os ingredientes nas receitas.
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Considere compras coletivas: grupos de consumo organizados podem negociar preços melhores diretamente com produtores e atacadistas.
Os vilões da inflação estão presentes no dia a dia e impactam diretamente o consumo das famílias. Ficar atento às mudanças no mercado e adotar estratégias de economia pode ser a melhor forma de minimizar os impactos no bolso ao longo de 2025.
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