Você já ouviu falar em Economia Solidária? Respondo por você: sim, já ouviu. Mesmo que não conheça a expressão. A ideia por trás do conceito de Economia Solidária é a seguinte: os negócios devem servir para valorizar as pessoas e meio ambiente, e não para destruí-los. Cooperação e coletividade são palavras que se associam também à Economia Solidária.
Há uma boa dose de idealismo nisso, você pode pensar. É verdade. Mas há bastante grana envolvida. Vou te contar três histórias para ilustrar que o dinheiro também pode viver mais quando a gente pensa coletivamente. Na última história, te digo por que você já conhece a Economia Solidária.
Banco Palmas
Imagine uma pequena comunidade na periferia de Fortaleza, Ceará. Qual empresa nasceu aí? Possivelmente, você pensou em um restaurante. Mas não em um banco, certo? Pois foi em um local assim que surgiu o Banco Palmas. Com a finalidade de viabilizar pequenos negócios no bairro, a iniciativa foi responsável pela criação da primeira moeda social do país, a Palma.
A diferença entre o Real, moeda brasileira, e a Palma é que a segunda circula e tem valor apenas naquela comunidade. Esta é uma das características da Economia Solidária: gerar impacto local. Por isso uma moeda própria. Atualmente, são 10 mil clientes, 4 mil postos de trabalho formais e informais gerados e seis outras empresas comunitárias criadas em 20 anos. Nada mal para um banco que começou para um bairro de pescadores.
G10 Bank
Se o exemplo do Banco Palma não te impressionou pelos números, pense em um experimento parecido, mas ocorrendo em uma cidade com mais 100 mil habitantes. Só que não é uma cidade, e sim Paraisópolis, a gigantesca comunidade paulistana que já foi tema de novela. A favela tem seu próprio banco comunitário, o G10 Bank. Mais recente que o similar cearense, o G10 Bank foi fundado faz apenas um ano. No entanto, já foi tempo suficiente para ter oferecido crédito a 87 empreendedores locais.
Entre eles, o fundador do Favela Brasil Xpress, uma empresa de logística que tem objetivo de fazer chegar aos moradores as encomendas de aplicativos, e que já tem seis unidades em SP e no RJ. Será que agora você ficou impressionado? Apesar de, nesse caso, a escala não ser pequena, a mentalidade de dinamizar a economia local – no caso, das favelas em que atua – permite classificar o G10 Bank como uma iniciativa de Economia Solidária.
Quando fazemos negócios com pequenos comerciantes de bairro, fortalecemos a Economia Solidária Crédito: Por Jaclyn Vernace/Shutterstock
Cooperativismo no setor do agronegócio
A essa altura, você deve estar convencido da potência da Economia Solidária. Mas se nem a história do Banco Palmas e nem a do G10 Bank ainda foram suficientes, segue a última. Duvido que você se mantenha cético, desta vez. Conforme falei no início, esta história é que me faz dizer que você já conhecia a Economia Solidária. Pois bem: todos sabem que o agronegócio tem uma importância fundamental para a economia do Brasil.
Saiba então que o cooperativismo é responsável por quase 50% do PIB agrícola do país. Como o nome diz, o cooperativismo presume a cooperação e é outro exemplo de Economia Solidária. São milhões de produtores rurais cooperados Brasil afora, se juntando para viabilizar concessão de crédito, compra de máquinas por preços menores ou comercialização em larga escala. Tudo isso tem um enorme impacto na economia do país e, portanto, no seu bolso.
Dia Nacional da Economia Solidária
Esta matéria foi escrita em razão do Dia Nacional da Economia Solidária, que ocorre ao 15 de dezembro. A escolha foi em homenagem a Chico Mendes, um grande promotor da Economia Solidária no país, e que nasceu nesta data. Embora seja mais uma forma de ver as trocas econômicas e pensar o poder da atuação coletiva para o desenvolvimento local, espero que tenha ficado claro que a Economia Solidária não é algo distante ou utópico. Você a fortalece, por exemplo, toda vez que faz negócios com um pequeno comércio de bairro. Ou quando se junta com vizinhos para comprar materiais de construção em maior volume, conseguindo um preço melhor. Portanto, vida longa à Longevidade Financeira que se faz com solidariedade!
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