A inflação oficial de 2022, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 5,79%. Já a inflação percebida pelos brasileiros pode ter sido diferente. De acordo com André Massaro, coordenador do Grupo de Excelência em Administração Financeira – GEAF, do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, a percepção sobre o aumento dos preços varia.
“A percepção da inflação é diferente na realidade de cada pessoa. Ou seja, os gastos comuns com alguns itens se distribuem de forma muito diferente. Ela varia de acordo com a faixa de renda", explica. Ele afirma que uma pessoa de alto poder aquisitivo, por exemplo, pode comprometer relativamente pouco o orçamento com alimentação, que é uma despesa básica.
"Já alguém que ganha pouco vai ter uma despesa de alimentação gigantesca, talvez a maior categoria de despesa, porque a alimentação é item básico para a sua sobrevivência. Logo, essa pessoa vai priorizar isso e depois os demais gastos”, esclarece Massaro.
Foto: Sonchitkaeo/Shutterstock
Inflação oficial ultrapassou a meta
Pelo quarto ano seguido, o País fechou o ano com a inflação oficial acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta era de 3,5% e teto de 5%.
Os produtos e serviços que mais pesaram no bolso no último ano foram alimentos e bebidas, com alta de preços de 11,64% no ano. Já os gastos com saúde e cuidados pessoais ficaram 11,43% mais caros.
De acordo com Massaro, algumas varições de preços foram positivas em 2022. O administrador diz que, nos últimos meses de 2022, o combustível foi um exemplo, pois o preço caiu em vez de subir, ou seja, houve deflação.
“Os combustíveis ajudaram, inclusive, a frear a evolução do IPCA por conta da desoneração de tributos federais sobre eles. Então houve um componente, até um pouco artificial, que fez com que a inflação de 2022 fosse menor do que a de 2021, mas ainda é uma inflação alta. E não é nem culpa do Brasil, é um processo que está acontecendo no mundo todo”, explicou.
Perspectivas para a inflação oficial em 2023
De acordo com coordenador do GEAF, em 2023 a oficial oficial deve continuar seguindo o cenário da inflação global. Porém, também existe um receio de recessão global para o ano.
“Caso a recessão global aconteça, ela pode levar ao fim esse processo inflacionário. Isso porque inflação e recessão são duas coisas que não combinam. Porém, quando isso acontece, ocorre um fenômeno econômico muito raro chamado estagflação. Trata-se de recessão mais a inflação, algo muito incomum. Se tivermos de fato uma recessão global a partir deste ano, a tendência é que mundialmente a inflação comece a enfraquecer”, avalia.
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