Poupar mais é um dos pilares da Longevidade Financeira e também um dos grandes desafios de qualquer ser humano, pois quem deseja guardar dinheiro no presente precisa abrir mão de prazeres do hoje para focar no futuro. Isso, naturalmente, nem sempre é fácil de ser feito.

A Psicologia Econômica explica que as pessoas tendem a valorizar mais as recompensas imediatas do que as de longo prazo. Isso as faz preferir gastar agora em vez de poupar para benefícios que só virão adiante. Existe até um termo para essa forma de agir. É o chamado “desconto hiperbólico”.

Outro termo interessante da teoria muito visto na prática é o “viés de otimismo”. Acontece quando a pessoa acredita que terá mais dinheiro no futuro, o que cria uma falsa sensação de segurança financeira e adia a necessidade de economizar.

Guardar dinheiro ao longo do tempo propicia Longevidade FinanceiraCrédito: cat_thebon/Shutterstock

O que diz a POF indica sobre isso?

Com base nos dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, a melhor fase para guardar dinheiro na vida é a que vai até os 50 anos. Isso porque o rendimento das famílias, em geral, tende a crescer cerca de 150% até essa idade. A partir dos 50, os rendimentos se mantêm estáveis. Ou seja, é mais difícil conseguir um aumento na renda.

“O que acontece é que, ao longo da vida, é natural que as pessoas consigam ir aumentando seus rendimentos. Alguém que é estudante aos 20 e tem um salário de estagiário, aos 30 já estará formado e ganhando, em geral, mais do que aos 20. Aos 40, se tudo deu certo, também estará ganhando mais que aos 30 em razão de tempo de experiência, cargos mais altos e maior nível de educação”, avalia Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade MAG.

Porém, ele ressalta que os dados mostram que, a partir dos 50, esses saltos nos rendimentos já não costumam acontecer mais. “Ao menos não de forma frequente ou considerável, havendo certa estagnação”, afirma. Dessa forma, seria naturalmente mais fácil a formação de uma reserva financeira até essa fase.

Juros compostos são estímulo para guardar dinheiro

Existe um outro ponto que explica que guardar dinheiro o quanto antes é a fórmula mágica para quem quer adquirir longevidade financeira: são os chamados juros sobre juros ou juros compostos. “Em uma economia de juros altos, como a do Brasil, quem consegue guardar ao menos um pouco visando ao futuro pode colher frutos muito positivos adiante”, afirma Gleisson.

Os juros compostos fazem o valor poupado crescer exponencialmente ao longo do tempo. Isso acontece porque, em cada período, os juros são calculados não apenas sobre o valor inicial, mas também sobre os juros acumulados anteriormente.

Por exemplo, se você investe R$ 1.000 a uma taxa de 10% ao ano, no primeiro ano você ganha R$ 100 de juros. No segundo ano, os 10% incidem sobre R$ 1.100 (o valor inicial mais os juros acumulados), totalizando R$ 1.210. Esse efeito se intensifica com o tempo, acelerando o crescimento do montante. Ao final de 10 anos, a quantia guardada terá sido de R$ 120.000, mas se considerarmos uma taxa de 10% a.a e juros compostos, o valor total será de R$ 204.845.

“Essa capacidade de gerar rendimentos sobre rendimentos torna os juros compostos essenciais para a construção de patrimônio no longo prazo. Quanto antes alguém começar a poupar, maior será o impacto dos juros sobre juros, potencializando o valor acumulado”, explica o diretor do Instituto de Longevidade.

Para poupar mais, viva um padrão abaixo do que poderia

O desafio de boa parte da população na hora de guardar dinheiro é viver abaixo do padrão de vida que pode ter. Esse hábito é essencial porque permite gastar menos do que se ganha, gerando uma sobra financeira que pode ser poupada ou investida. “Essa prática cria um hábito de economia consistente. Ela é fundamental para construir um patrimônio ao longo do tempo. Infelizmente, porém, boa parte das pessoas aumenta os gastos assim que consegue aumentar a receita”, alerta Gleisson.

Segundo o especialista, essa forma de agir se torna uma armadilha para a longevidade financeira, pois não possibilita um aumento na margem de poupança. “Esse aumento é o que ajuda a criar um fundo de emergência, realizar objetivos financeiros e ainda aproveitar mais o poder dos juros compostos”, orienta.

O entendimento de que é preciso viver abaixo do padrão possível para conseguir poupar mais é algo que requer consciência emocional e educação financeira. “É preciso disciplina para fugir das armadilhas do consumo desenfreado e equilíbrio para viver o hoje sem deixar de planejar minimamente o futuro”, conclui o diretor do Instituto de Longevidade.


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