Mulheres contraem mais dívidas do que os homens no Brasil. Apesar da leve redução na diferença entre os gêneros, elas ainda lideram os índices de endividamento. A desigualdade salarial, a sobrecarga doméstica e a dificuldade de acesso ao crédito estão entre os principais motivos.

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), 76,9% das mulheres estavam endividadas em fevereiro deste ano. No mesmo período, o percentual entre os homens era de 76%. A diferença caiu, mas segue relevante.

Um dos fatores é a renda mais baixa. As mulheres continuam ganhando menos, mesmo quando ocupam funções semelhantes às dos homens. Muitas também são as únicas responsáveis pela casa e pelos filhos, especialmente nas famílias de baixa renda.

Mulheres contraem mais dívidas e têm menos acesso ao crédito

Além de mais endividadas, elas enfrentam dificuldades para conseguir crédito. Segundo a Serasa, 85% das mulheres já tiveram pedidos de crédito negados. A situação é ainda mais difícil entre empreendedoras informais.

Muitas mulheres recorrem a dívidas para lidar com imprevistos ou para cobrir gastos essenciais. Despesas médicas, alimentação e cartão de crédito estão entre os principais motivos para buscar empréstimos. Nos 12 meses anteriores à pesquisa, as principais razões para solicitar crédito foram o pagamento de despesas inesperadas (26%) e faturas de cartão de crédito (22%).

Mesmo diante das dificuldades, elas são mais comprometidas com a quitação das dívidas. A Serasa indica que as mulheres fecham mais acordos do que os homens no Feirão Limpa Nome. Comparado a eles, as mulheres fecham 25% mais acordos. 40% das mulheres priorizam o pagamento de dívidas buscando regularizar a situação dos devedores para tirar seus nomes da lista de negativados. Isso se dá principalmente pelo fato de que pessoas negativadas têm mais dificuldade de conseguir crédito.

Mãos femininas abrindo uma carteira vazia. Ao fundo, um computador, contas a pagar e uma calculadora. Imagem para ilustrar a matéria que informa que mulheres contraem mais dívidas. Crédito: fizkes/Shutterstock

Endividamento está ligado à sobrecarga feminina

A responsabilidade financeira dentro dos lares também pesa. Em 33% das famílias brasileiras, são elas que sustentam a casa sozinhas. Nas classes D e E, esse número sobe para 43%. Além disso, 93% das mulheres entrevistadas disseram contribuir com as despesas da casa.

Além da renda, elas acumulam funções. Trabalham fora, cuidam dos filhos e ainda organizam o orçamento. Para muitas, o controle financeiro é uma questão de sobrevivência.

A combinação entre menor renda, alto custo de vida e menos acesso ao crédito ajuda a explicar por que mulheres contraem mais dívidas. Mas também revela um comportamento mais responsável com o pagamento e a negociação dessas pendências.

Mesmo com renda menor e menos acesso ao crédito, mulheres contraiam mais dívidas, mas também buscam alternativas mais responsáveis para quitá-las. A consciência financeira e o esforço em regularizar a situação são marcas fortes dessa realidade.


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