O tema da proteção patrimonial ganha ainda mais relevância após os 60 anos, quando a aposentadoria costuma marcar uma fase de maior vulnerabilidade financeira. A diminuição da renda, a menor disposição para atividades remuneradas e o risco de despesas inesperadas tornam essencial o cuidado com as finanças pessoais.

Para o advogado e especialista em finanças na terceira idade, Tyago Barbosa, é fundamental se preparar para situações imprevistas. Segundo ele, manter a autonomia financeira é uma forma de preservar a qualidade de vida sem depender de familiares ou terceiros.

“A economia na melhor idade é desafiadora pelas transformações físicas e emocionais, com mudanças repentinas após uma vida inteira de trabalho que podem surgir totalmente inesperadas e alguma coisa que mereça um desembolso imediato”, explicou Barbosa ao Gazeta do Povo.

Um casal de idosos colocando dinheiro em um cofre de porquinho, representando a proteção patrimonial. Crédito: Julia Zavalishina/Shutterstock

Por que a proteção patrimonial é tão importante após os 60 anos

Na aposentadoria, a proteção patrimonial não está relacionada apenas ao acúmulo de bens, mas também à segurança no uso da renda disponível. O risco de golpes, o endividamento e a falta de planejamento sucessório podem comprometer a estabilidade financeira construída ao longo da vida.

Pensando nisso, Barbosa destaca sete estratégias fundamentais para quem deseja preservar os recursos nessa fase:

1. Pense primeiro em suas finanças

É comum que pessoas idosas priorizem familiares, ajudando filhos e netos. Porém, é essencial colocar os próprios limites em primeiro lugar. O especialista faz uma comparação com o aviso de segurança nos aviões. “É como aquele aviso de emergência nos aviões, coloque primeiro a máscara em você e depois ajude a colocar a do outro. Se eu não me socorrer primeiro, não consigo mais cuidar de ninguém”, pondera Barbosa.

2. Tenha muita atenção aos golpes

A população mais velha é um dos principais alvos de golpes eletrônicos. Promessas de vantagens fáceis, links suspeitos e ligações de supostos bancos estão entre as fraudes mais comuns. Evitar transações inseguras e dar preferência ao atendimento presencial são formas eficazes de defesa.

3. Coloque todos os gastos na ponta do lápis

Anotar receitas e despesas permite identificar prioridades e controlar excessos. Barbosa recomenda o hábito da reserva constante. “Pensar como uma formiga. A formiga é um animal que pensa com provisionamento, as pessoas devem agir um pouco como a formiga, guardar para o inverno”, afirma.

4. Evite dívidas caras em cartão de crédito

A inadimplência no cartão de crédito gera juros elevados e pode comprometer rapidamente a renda. O uso consciente é indispensável, assim como evitar o cheque especial, considerado um dos créditos mais caros do mercado.

5. Fuja do crédito consignado

O empréstimo consignado, descontado diretamente da aposentadoria, pode comprometer o orçamento por longos períodos. Só deve ser usado em casos de extrema necessidade e sempre com planejamento prévio.

6. Diversifique investimentos com imóveis e aplique em renda fixa

A renda fixa é mais indicada para quem busca segurança após os 60 anos. Opções como Tesouro Direto, LCAs e LCIs garantem estabilidade, além da isenção de Imposto de Renda em alguns casos. Manter imóveis alugados também é uma forma de garantir renda extra.

7. Planeje sua sucessão

O planejamento sucessório é parte importante da proteção patrimonial. A falta de organização nesse aspecto pode gerar disputas familiares e longos processos judiciais.

“A ausência de um planejamento sucessório acaba deixando muita confusão e desentendimento, portanto precisamos planejar a sucessão enquanto ainda estamos lúcidos, respeitando limites, claro”, acredita Barbosa.

Uma alternativa é a criação de holdings familiares, empresas que administram os bens e evitam a burocracia do inventário. Além de organizar os ativos, essa estratégia garante benefícios fiscais, centralização da gestão e maior proteção do patrimônio.

As principais vantagens de uma holding são:

  1. Proteção patrimonial;

  2. Gestão centralizada;

  3. Planejamento sucessório;

  4. Benefícios fiscais.

Sem esse cuidado, herdeiros podem enfrentar processos demorados e desgastantes, que comprometem a continuidade do patrimônio familiar.


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