Os integrantes da Geração X, nascidos entre 1965 e 1980, entram na fase dos 60 anos em meio a pressões crescentes. Nesse cenário, a insegurança financeira da Geração X se torna evidente após anos de instabilidade profissional.
Diferente dos baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, esse grupo atravessou transformações profundas no mercado de trabalho e não contou com a mesma estabilidade profissional e previdenciária. O resultado aparece agora, quando muitos se aproximam da velhice sem a reserva necessária para enfrentar as próximas décadas.
A jornalista e autora Kerry Hannon, que lançou Retirement Bites ao lado de Janna Herron, observa que o choque geracional é evidente. A tradução do livro seria algo como "A aposentadoria morde" e se refere aos desafios financeiros de quem está saindo do mercado de trabalho.
Hannon lembra que os boomers tiveram acesso mais amplo a empregos estáveis e, nos Estados Unidos, a contribuições patronais para planos de previdência privada. Já a geração seguinte viveu mudanças sociais intensas, avanço da tecnologia, flexibilização trabalhista e perda de proteções institucionais.
Segundo ela, muitos chegam aos 60 anos sem domínio de educação financeira e ainda enfrentam pressões familiares. “Essa é uma geração sem a rede de proteção dos mais velhos e que não teve tanto acesso à educação financeira, hoje amplamente disponível para os mais jovens. Pior: foi bombardeada com cartões de crédito e se endividou bastante. Agora tem filhos e, com frequência cada vez maior, cuida de pais idosos”, explica.
Crédito: Kittyfly/Shutterstock
Prioridades e hábitos expõem a insegurança financeira da Geração X
Hannon destaca que se preparar para a aposentadoria exige mais do que economizar e isso é um ponto que potencializa a insegurança financeira da Geração X. É preciso rever escolhas profissionais, atualizar conhecimentos e buscar novas habilidades.
“O pior é simplesmente esperar que a aposentadoria aconteça em sua vida. Aos 60, temos pelo menos mais duas décadas pela frente. É preciso aprimorar nossas habilidades, aprender novas e realizar uma transição de carreira”, afirma. Para ela, adiar a saída definitiva do mercado ajuda a proteger a reserva acumulada.
O primeiro passo é analisar o orçamento com atenção. Cortar gastos supérfluos e iniciar uma poupança, ainda que pequena, são medidas essenciais. Mas ela faz um alerta. Dívidas com cartão de crédito devem ser eliminadas antes de qualquer estratégia de investimento.
Hannon também chama atenção para a vulnerabilidade feminina dentro da Geração X. “As mulheres continuam encarando os mesmos obstáculos de gerações anteriores. Com salários menores e interrupções na carreira para cuidar dos filhos, não conseguem economizar. Há um número significativo delas que, na faixa dos 80, ficam viúvas, têm gastos altos com saúde e são empurradas para a pobreza”, pontua.
Com a popularização da tecnologia, ferramentas de inteligência artificial passaram a auxiliar simulações financeiras. Ao pedir a um assistente de IA o cálculo necessário para garantir retiradas mensais de dez mil reais entre os 60 e 90 anos, considerando rentabilidade de 3% ao ano, o valor estimado foi de R$ 2,8 milhões. Para a maioria da Geração X, essa meta é inalcançável, reforçando a urgência das recomendações de Hannon.
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