Quando falamos em longevidade, é comum pensar na saúde física como um fator primordial. Porém, você sabia que a saúde financeira também é essencial para ter uma vida mais longeva? Cuidar saúde financeira pessoal traz diversos benefícios, mas é necessário entender o seu conceito e o seus objetivos. Dessa forma é possível ter uma nova perspectiva em relação a qualidade de vida. 

Para isso, entenda o que é a saúde financeira e veja como colocar ações em prática para começar a construir sua longevidade financeira. 

O que é saúde financeira?

Dizer que alguém tem saúde é dizer que o corpo daquela pessoa está em pleno funcionamento, oferecendo todas as possibilidades físicas para que ela desenvolva suas atividades.

Assim é também com a saúde financeira. Ela é um estado de equilíbrio entre receitas e despesas, proporcionado por hábitos saudáveis nas finanças (como poupar, ganhar mais, investir, fazer planejamento financeiro e proteger o capital) e que levam à capacidade de realização dos seus planos e sonhos. 

Qual o principal objetivo da saúde financeira?

Muitas pessoas confundem o conceito de saúde financeira com saúde profissional. De fato, ambos estão interligados. Porém, a saúde financeira vai muito além da profissional. Afinal, ter as finanças em dia não depende exclusivamente se você tem sucesso profissional e ganha um salário alto. 

São objetivos da saúde financeira ou da longevidade financeira:

  • Garantir proteção, em todo o ciclo de vida, contra os riscos sociais e econômicos (morte, incapacidade, sobrevivência e perda do poder de compra). 
  • Proporcionar qualidade de vida.

Quais são os benefícios de planejar uma saúde financeira?

Imagine que você decide fazer uma viagem de carro com a família. Para garantir a segurança de todos, várias etapas serão cumpridas antes que você de fato coloque o pé na estrada. 

Você deverá providenciar a revisão do carro, trocar os pneus se necessário, abastecer o veículo com combustível, planejar qual será sua rota até o destino e quanto tempo levará para chegar até lá. 

É claro que você poderia fazer essa viagem sem executar essas etapas prévias. Porém, as chances de algo dar errado seriam maiores.

Uma vida vivida sem planejamento também é assim. Portanto, ao planejar sua vida financeira, você tomará controle sobre seu destino. Mesmo que aconteçam imprevistos (e eles vão acontecer), você estará preparado para superar essas dificuldades com maior facilidade.

Como saber se eu tenho uma vida financeira saudável?

São vários os sinais que podem indicar que você não tem uma vida financeira saudável. Veja alguns:

  • Você tem dívidas;
  • Não sabe exatamente quanto ganha mensalmente;
  • Não sabe exatamente o quanto gasta mensalmente;
  • Não tem planos concretos para o seu dinheiro no curto, médio e longo prazo;
  • Costumeiramente entra no cheque especial ou não consegue pagar a fatura integral do cartão de crédito;
  • Faz muitas compras a prazo;
  • Não consegue realizar seus objetivos de vida;
  • Não tem uma reserva de emergência.

Caso você tenha se identificado com alguns desses itens, significa que você precisa começar a cuidar da sua saúde financeira.

Qual a relação entre saúde financeira e qualidade de vida?

Saúde financeira e qualidade de vida andam juntas. Se você já se viu diante de um momento de insegurança nas finanças com certeza sabe o impacto que isso tem em todos os aspectos da vida. Isso desde os relacionamentos familiares até a sua saúde física e emocional.

Em muitos casos, as dificuldades relacionadas às finanças podem ser origens de divórcios, brigas, baixa produtividade no trabalho, demissão, depressão, transtorno de ansiedade, entre outros.

Além disso, quem tem saúde financeira terá probabilidade maior de conseguir realizar seus planos e sonhos. Ou seja, será uma pessoa essencialmente mais realizada e feliz.

Portanto, dentre os benefícios em ter uma saúde financeira familiar estão:

  • Bem-estar de longo prazo;
  • Realização de sonhos e projetos de vida;
  • Capacidade de se recuperar mais facilmente em momentos de crise;
  • Satisfação pessoal;
  • Segurança.

Saúde financeira x educação financeira: quais as diferenças?

Conforme define a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação financeira é “o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro”.

A educação financeira é, então, uma das etapas que levam à conquista da saúde financeira pessoal. 

Um casal fazendo organização financeira, cuidando de sua saúde financeira. Crédito: PeopleImages.com - Yuri A/Shutterstock

10 dicas para cuidar da sua saúde financeira!

Agora que você já sabe o que é saúde financeira pessoal, bem como os seus benefícios, veja dicas que vão te fazer chegar mais perto dessa conquista.

  • Cuidado ao comprar a prazo e evite o pagamento de juros 

As compras parceladas, em especial aquelas feitas com o cartão de crédito, são grandes armadilhas para prejudicar a saúde financeira familiar. É preciso usar de forma consciente.

Ao cogitar pagar algo parcelado você deve se perguntar: “eu teria condições de fazer o pagamento à vista?”. Se você não tem o dinheiro suficiente para o pagamento integral, este já é um indicador de que ainda não tem condições de efetuar a compra neste momento. Ou seja, o melhor seria economizar e juntar o dinheiro total para aí sim efetuar a compra.

Além disso, em muitos casos, o pagamento em parcelas inclui juros, o que faz com que o preço final seja mais alto do que o preço original. Ao comprar a prazo, você ainda perde a oportunidade de conseguir um desconto no valor do serviço ou produto pelo pagamento à vista. 

Se a bandeira do seu cartão de crédito tem benefícios em compras parceladas, também é preciso avaliar a situação. Coloque na balança as melhores condições para o pagamento, seja parcelado ou à vista.

  • Fuja do cheque especial

Outra armadilha para sua saúde financeira é o cheque especial. Trata-se de uma linha emergencial de crédito, pré-aprovado pelo banco com base no histórico do cliente e vinculada à sua conta corrente. 

Conforme explicou o especialista em finanças pessoais e colunista do portal do Instituto de Longevidade, Hirbis Girolli, o grande perigo do cheque-especial reside nas taxas de juros:

 “Ocorre que as taxas de juros, como é sabido, são muito altas. No sistema de crédito formal, ocupa o pódio junto com o cartão de crédito. Pela vinculação automática que tem com a conta do correntista, muitos passam a enxergar com uma extensão de seu saldo e começam a acessar de forma quase imperceptível”.

Portanto, quem não tem muito controle sobre as finanças, deve fugir do cheque-especial sob o risco de se afundar num buraco cada vez maior de dívidas.

Veja outros riscos do cheque-especial

  • Pague as contas em dia

Mais uma vez, os juros são um dos calcanhares de Aquiles da boa saúde financeira. Quem não paga as contas em dia pode até postergar a saída de recursos da conta. 

Mas o ônus não tarda a chegar, Uma hora aquela dívida vai precisar ser sanada e, quando isso acontecer, a conta estará acumulada a várias taxas e multas pelo atraso.

Além disso, não pagar as contas em dia é um sintoma muito claro do descontrole financeiro, com enorme impacto na sua saúde financeira pessoal e familiar. 

  • Mantenha um padrão de vida adequado aos rendimentos

Diante de um mundo hiper conectado, somos bombardeados o tempo todo por ofertas e estímulos para o consumo. É difícil fugir dos gatilhos que nos levam a desejar consumir cada vez mais.

Esse tipo de comportamento é potencializado na medida em que somos inseridos no mercado de trabalho e começamos a receber uma remuneração. Quando vamos progredindo na carreira, ganhamos mais e os padrões de consumo vão mudando.

E é aí que mora o perigo: achar que é possível manter um padrão de vida que está além do nosso rendimento. 

Muitos especialistas em saúde financeira recomendam que o ideal é sempre estar “um passo atrás”. Ou seja, ter um padrão de vida um nível inferior àquele que você conseguiria bancar. Dessa forma, sobraria “uma gordura para queimar” caso você tenha algum imprevisto. E isso está totalmente relacionado à próxima dica.

  • Gaste menos do que ganha

Muita gente tem a falsa ideia de que para resolver os problemas financeiros basta receber um salário mais alto. Porém, os números mostram que muitas pessoas, mesmo com uma renda alta, não conseguem ter saúde financeira.

Em entrevista ao Instituto de Longevidade, a especialista em finanças pessoais Simone Sgarbi destacou que 80,3% das famílias brasileiras com renda familiar até 10 salários-mínimos estão endividadas. Já entre as famílias com mais de 10 salários-mínimos de renda encontramos 75,9% nesta situação. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados em outubro de 2022.  “Esses dados comprovam que o endividamento não está ligado apenas a renda, mas sim aos hábitos de consumo”, esclareceu a especialista.

É neste sentido que, independentemente se você ganha um ou 30 salários-mínimos, precisa gastar menos do que ganha ou a conta não irá fechar

  • Faça um controle das entradas e saídas mensais

Você sabe exatamente o que entra e o que sai do seu bolso em um mês? 

Esse controle financeiro é fundamental para a sua longevidade financeira. Mas a verdade é que a grande maioria das pessoas não tem esse hábito.

Se você se preocupa em como ter saúde financeira, precisa fazer o controle mensal dos seus rendimentos e dos seus gastos. Para facilitar essa tarefa você pode contar, por exemplo, com aplicativos que fazem o controle financeiro pessoal.

  • Faça um bom planejamento financeiro

E por falar em controle, ele faz parte do planejamento financeiro. Esta é outra estratégia importante para quem quer ter saúde financeira e qualidade de vida.

Há quem pense que o planejamento é o mesmo que orçamento financeiro. Mas, na verdade, são coisas diferentes. O orçamento faz parte do planejamento financeiro, sendo uma das etapas importantes para conquistar controle sobre suas finanças. 

Já o planejamento financeiro é mais robusto e vai além do orçamento, tratando da sua saúde financeira no longo prazo. Planejar as finanças envolve definir objetivos, cronogramas, estabelecer estratégias de ação para incremento de renda ou redução de despesa. Além disso, também é preciso analisar e realizar investimentos financeiros.

  • Tenha uma reserva de emergência

Alguns chamam de reserva de emergência, outros de reserva de segurança e outros, ainda, de reserva contra imprevistos. Essa reserva é o dinheiro que você tem separado para usar em situações específicas, seja para uma obra emergencial, um atendimento de saúde ou mesmo em caso de desemprego.

Portanto, o fundo de reserva financeira deve ser um valor suficiente para cobrir todos os seus gastos médios mensais. Os especialistas recomendam que o fundo financeiro garanta, no mínimo, três meses de despesas, conforme a realidade de cada um, Mas o ideal são seis. Por exemplo, se o custo de vida da família for R$ 5.000 reais ao mês, o ideal é que a reserva de emergência seja de, no mínimo, R$ 15 mil.  

  • Poupe e investa parte do dinheiro todo mês

“Poupar certo” é uma das bases da longevidade financeira. E fique atento: economizar é diferente de poupar certo. Quando nos referimos a fazer economia, estamos falando, por exemplo, de conseguir um bom custo-benefício em uma determinada compra. 

Já poupar é construir uma reserva financeira com um determinado objetivo. Ser um poupador exige disciplina, metodologia e inteligência para ter controle sobre o dinheiro.

Da mesma forma, guardar dinheiro é diferente de investir. “Guardar é deixar de gastar um valor. Já investir é colocar o dinheiro para trabalhar para você, rendendo enquanto você dorme, para realização de um sonho”, explica a especialista em finanças pessoais Simone Sgarbi.

  • Planeje a aposentadoria

O Raio X do Investidor Brasileiro, uma pesquisa da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), em parceria com o Datafolha, mostrou que 51% dos não-aposentados estimam que, no futuro, dependerão da previdência social para se sustentar. O número é um reflexo da falta de educação financeira dos brasileiros e é preocupante.

Afinal, mostra que mais da metade da população não está se atentando para o preparo para a aposentadoria. Porém, se você realmente pretende alcançar sua independência financeira e ter uma aposentadoria tranquila, precisa se dedicar à saúde financeira.

Quanto mais cedo você começar a se planejar, poupar e investir, maior será sua segurança e tranquilidade quando a aposentadoria chegar.


É fato: se você quer ter uma vida longeva e próspera, precisa cuidar da sua saúde financeira. Agora que você já sabe como começar, é hora de colocar a mão na massa. Com disciplina e perseverança, os resultados virão.

Se você já percebeu que planejamento é importante para a conquista da saúde financeira, não perca tempo! Baixe agora nossa planilha de finanças pessoais para você fazer seu planejamento mensal. O download é gratuito!

Planilha de Planejamento Financeiro

Preocupado com as contas ao final do mês? Baixe a planilha GRATUITA de planejamento financeiro e fuja do vermelho!

Livro

Leia também:

Reserva de emergência: entenda o que é e como investir direito

Quanto economizar para aposentadoria? Saiba tudo aqui!

Viver mais e melhor: o que fazer para conquistar longevidade?

Compartilhe com seus amigos

Receba os conteúdos do Instituto de Longevidade em seu e-mail. Inscreva-se: