Não é fenômeno recente: de alguns anos para cá, a juniorização, ou seja, a contratação de pessoas cada vez mais novas, inclusive para cargos de gestão e diretoria, tem se confirmado tendência em empresas de diferentes segmentos. E, mesmo com décadas de bagagem, um profissional, muitas vezes, não consegue se manter competitivo no mercado de trabalho.
Tal quadro soa positivo para as organizações, já que reflete na redução de custos e no ganho em inovação. Mas se revela um problema quando se trata de experiência – e que atinge, sobretudo, o rol de funcionários com mais idade, mesmo com anos de vínculo empregatício.
"A renovação é importante e deve ser considerada porque traz energia para a empresa, mas isso não quer dizer que essas pessoas mais jovens sejam maduras comportamentalmente. Algumas são, sim, mas outras têm uma imaturidade muito grande. Como são imediatistas, querem tudo muito rápido e, se não conseguem, mudam de lado", exemplifica Jocely Burda, coordenadora do MBA Gestão Estratégica de Pessoas na Faculdade Estácio Curitiba.
Para ela, as empresas precisam manter o equilíbrio entre os dois perfis: agregar funcionários mais jovens para promover renovação de ideias, sem abrir mão de colaboradores mais velhos. "Pessoas com mais experiência geralmente têm sabedoria, são mais amigáveis, se preocupam com o relacionamento interpessoal, têm paciência e entendem o processo que acontece dentro das empresas", comenta.
Josué Bressane Jr., sócio-diretor da Falconi Gente, por sua vez, observa que "estão fadados a não ter mais empregabilidade os profissionais que têm em mente que irão realizar suas tarefas da mesma maneira durante toda sua carreira, uma vez que as mudanças ocorrem de forma exponencial".
Por essa e outras razões, mesmo com sua vasta expertise, o profissional com vários anos de "casa" precisa tomar algumas atitudes, a fim de se manter competitivo no mercado de trabalho diante da chegada de pares e gestores mais novos. A seguir, 6 passos essenciais que devem ser adotados:
- Adaptar-se às novas tecnologias
“É muito importante que o profissional esteja sempre inserido no novo ambiente tecnológico que vivemos e acompanhe as evoluções da era digital", destaca Josué. Isso significa, por exemplo, passar a fazer transações financeiras pelos sites dos bancos, buscar orçamentos e realizar consultas de preços via web e começar a usar a internet para todo tipo de transação, aponta Jocely.
- Estar presente nas redes sociais
Não adianta ignorar as novas formas de interação entre as pessoas. Você não precisa ser um usuário assíduo, que posta o tempo todo ou compartilha qualquer mensagem bonita que aparece na sua timeline. Mas manter seu perfil nas redes mais utilizadas, como LinkedIn (https://www.linkedin.com/) e Facebook (https://www.facebook.com), é essencial para se manter competitivo no mercado de trabalho. "Estar presente e acompanhar as redes sociais, profissionais ou pessoais, faz parte hoje da vida das pessoas", pontua Josué.
- Informar-se e atualizar-se
O mundo de informações conectadas faz com que todos precisem estar sempre atualizados. "Caso contrário, ficam defasados em relação ao que está acontecendo", diz Josué. Jocely observa que é necessário saber o que há de novo na área de atuação, não só no Brasil, mas em todo mundo. "Procure saber os grandes destaques, o que está acontecendo", ilustra.
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- Participar de cursos e eventos
Seguindo a lógica de buscar novos conhecimentos e se atualizar, é muito importante começar (ou continuar) a participar de cursos, sejam eles presenciais ou online. O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon oferece uma gama de opções gratuitas para quem quiser investir em aulas de tecnologia, de idiomas e até comportamentais. Para saber mais e se inscrever, basta acessar https://institutodelongevidade.org/servicos-50/cursos-de-requalificacao.
Também vale conferir eventos e feiras do setor. "É uma ótima maneira de acumular conhecimento e acompanhar as rápidas mudanças do mundo", avalia o diretor da Falconi Gente.
- Compartilhar informação
Dividir a experiência e as informações acumuladas com os anos de trabalho é uma forma de se aproximar e interagir mais com os novos colegas e chefes. Mostrar-se solícito também revela um perfil que sabe se adaptar às novas situações e estruturas. "Procure compartilhar informação daquilo que já conhece, inspirando ideias entre os mais jovens. Por exemplo, exponha como vê determinada situação, a partir da experiência prática que acumulou até hoje, e pergunte para jovem como resolveria tal problema", demonstra a coordenadora da Faculdade Estácio Curitiba.
- Interagir mais
Não se isole. Bem ao contrário, exercite a prática de se relacionar de maneira mais intensa com os recém-chegados, desenvolvendo seu lado social. "Converse com outras pessoas, acredite em situações novas que podem contribuir muito. Troque ideias", sugere Jocely.