Recentemente, a rainha do pop, que acaba de completar 62 anos, se envolveu em uma controvérsia quando fez uma publicação no Twitter defendendo o uso de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. Dada a gravidade da doença e a importância de usar apenas informações seguras e confirmadas por órgãos oficiais, o próprio Twitter apagou a postagem da cantora. Mas a polêmica não parou por aí.

Usuários da rede, que foram contra a publicação, começaram a atacar a diva do pop chamando-a de velha, acabada, gagá, entre outros adjetivos pejorativos relacionados à sua idade. Madonna, assim como diversas outras pessoas de sua faixa etária, famosas ou não, foi mais uma vítima do etarismo. Este termo, ainda pouco conhecido, significa discriminação em razão da faixa etária. Esse tipo de preconceito afeta principalmente os idosos.

Apesar de ter divulgado uma informação polêmica, sem fundamento científico, não é justificável usar o argumento de que Madonna está velha, não sabe o que diz ou que está gagá. Fazendo isso, são perpetuados preconceitos que diminuem a voz e a experiência de pessoas 60+.

Madonna tem uma das carreiras musicais mais longevas, revolucionou a indústria do entretenimento e empoderou mulheres de várias gerações com suas músicas, clipes e performances impactantes. Será que conseguimos imaginar um mundo sem ela? E com esse papel tão importante nas artes, cultura e comportamentos sociais, será que todo o seu trabalho deve ser ignorado e descartado por conta de sua idade?

A cultura do cancelamento, tão comum na internet hoje, precisa ser mais consciente. Todos somos capazes de cometer erros ou falar bobagens. Mas usar uma característica da pessoa, como a idade, para discriminá-la e diminuir quem ela é não é o caminho para ajudá-la a entender seu erro. São necessários mais empatia e diálogo nas redes sociais, especialmente com minorias, como os 60+. Afinal, se tudo der certo, todos seremos idosos um dia.

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