Ainda de manhã, o leiteiro passava para deixar uma garrafa de leite fresco. Antes de sair de casa, bastava chamar a telefonista para fazer uma ligação para a família. No prédio, um ascensorista mantinha a porta do elevador aberta e apertava o botão do andar. No fim do dia, por que não um cineminha? Se chegasse atrasado, tudo bem, porque o lanterninha ajudava a achar um assento. 


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Há profissões que, se não desapareceram por completo, têm hoje poucos representantes em atividade. Arquivistas já foram mais numerosos, assim como os jornaleiros ambulantes. E há as que se transformaram – e nem de longe lembram o que já foram um dia.  

Confira, a seguir, oito profissões que se alteraram com o tempo: 

1. Ascensorista 

profissões que não existem mais Crédito: Malias/Flickr/Creative Commons

Sobe! Um sorriso gentil recepcionava quem entrava no elevador. Quem passou dos 50 tem na memória a figura do ascensorista com uma manivela na mão e a disposição de abrir e fechar a porta de treliça de metal. Ainda há profissionais em atividade – mais exatamente 12.593, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) 2015, do MTE (Ministério do Trabalho). Boa parte trabalha em equipamentos bem mais modernos do que os dos anos 50. 

2. Datilógrafo 

profissões que não existem mais Crédito: LjL/Wikimedia/Creative Commons

Na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), do MTE, é o “operador de máquina de escrever”. “Registram e transcrevem informações” é um dos dados que estão na descrição da ocupação. Há, segundo o ministério, 11.654 profissionais nessa área no Brasil, mostra a Rais de 2015; pouco menos do que os 13.159 em 2013. Mas boa parte deles já sem as Olivettis, tradicionais máquinas italianas, que viraram itens de colecionador. E sim com computadores. 

3. Leiteiro 

profissões que não existem mais Crédito: Arquipelagos/Wikimedia Commons

Ele passava bem cedo, com um recipiente – do produtor ou do próprio consumidor – preenchido com leite fresco. Vinha com veículo motorizado ou carro de boi, dependendo do local e da época. E, muitas vezes, se tornava amigo da família. A ocupação não desapareceu por completo. Na CBO, está no guarda-chuva de vendedor ambulante – que reúne outras atividades, como camelô e vendedor de cachorro quente. Somam 7.612 profissionais. 

4. Jornaleiro 

profissões que não existem mais Crédito: Wikimedia

Não é a pessoa que fica na banca. Se você tem mais de 60 anos e puxar pela memória, vai se lembrar de quem ficava nas calçadas – geralmente um menino – com a edição mais recente do jornal. Centros de grandes cidades abrigavam dezenas deles, que tornavam o acesso à informação mais fácil. Eles desapareceram das ruas, mas ainda fazem parte da CBO, que tem fins estatísticos e de monitoramento, também na classe de vendedor ambulante. 

5. Telefonista 

profissões que não existem mais Crédito: Seattle Municipal Archives/Wikimedia

“Olá, gostaria de fazer um DDD a cobrar para o número...” Pois é, até os anos 80, havia alguém do outro lado da linha que ajudava a fazer a conexão. Sempre solícita, tinha acesso aos códigos de área e país, que permitiam completar a ligação e dispensavam o usuário de memorizar os dígitos. Tinha na cabeça fone e microfone e em sua frente cabos, painéis, botões e luzes. Hoje, com a automatização da área, há 56.575 telefonistas, segundo o Ministério do Trabalho. 

6. Arquivista 

profissões que não existem mais Crédito: Everett Historical/Shutterstock

Onde está seu álbum de fotos tiradas nos últimos três anos? Essa pergunta ajuda a entender as alterações pelas quais o processo de organização de documentos e informações passou nas últimas décadas. Arquivistas eram os verdadeiros guias nas salas repletas de gavetas e papéis. Segundo o Bureau of Labor Statistics – secretaria do governo dos Estados Unidos, que reúne dados sobre trabalho – a ocupação deve ser reduzida a um-quarto na próxima década. 

7. Lanterninha 

profissões que não existem mais Crédito: James Steidl/Shutterstock

O nome já diz tudo: era a pessoa de lanterna na mão que orientava o espectador para ocupar seu lugar na sala de cinema. Auxiliava quem chegava atrasado, quem queria só comprar pipoca e voltar ou quem desejava ir ao banheiro. Também colocava ordem no lugar: sinalizava quando o pé estava na poltrona da frente, se havia muito bate-papo na sessão e se havia casais muito animados durante o filme. 

8. Fotógrafo lambe-lambe 

profissões que não existem mais Crédito: MarcusRG/Wikimedia/Creative Commons

Encontrá-los atualmente requer esforço, especialmente porque o equipamento – conhecido como máquina-caixote – é pouco acessível. Mas há locais que ainda contam com fotógrafos que, em praças, parques e feiras, fazem retratos de indivíduos ou famílias. Em Belo Horizonte, por exemplo, a deliberação 135/2011 torna a ocupação um bem cultural imaterial. Que família não tem guardada uma foto feita por um lambe-lambe? 


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