Bens da Igreja Católica deveriam ser vendidos para ajudar os pobres. A sugestão foi do próprio papa Francisco, durante o congresso sobre a gestão dos bens culturais eclesiásticos e a cessão de lugares de culto, realizado no dia 29 de novembro. As declarações de Francisco, de que o valioso patrimônio cultural da Igreja Católica deve estar “a serviço dos pobres” e que sua eventual venda não pode ser vista com “escândalo”, causaram desconforto na cúpula do Vaticano.
“Os bens culturais são voltados às atividades de caridade desenvolvidas pela comunidade eclesiástica. O dever de tutela e conservação dos bens da Igreja, e em particular dos bens culturais, não tem um valor absoluto, mas em caso de necessidade eles devem servir ao bem maior do ser humano e especialmente estar a serviço dos pobres”, disse Francisco.
De acordo com o papa, muitas igrejas perderam suas funções pela falta de fiéis e de padres, e a nova distribuição da população nas cidades e zonas rurais precisa ser encarada pela Igreja como “um sinal dos tempos que nos convida a uma reflexão e nos impõe uma adaptação”.
O pontífice declarou ainda que a ação de se desfazer dos bens da Igreja não deve ser vista como única solução, nem pode ser realizada sob “escândalo dos fiéis”.