Você provavelmente já foi alertado algumas vezes que o celular pode explodir enquanto ele carrega na tomada. Também já deve ter ouvido a respeito de casos em que aparelhos explodiram ferindo seus usuários. Na maioria das vezes, os celulares estavam ligados à tomada. Mas diante de tantos boatos que povoam diariamente as redes sociais, sempre fica aquela dúvida: será mesmo verdade?

Muitos casos ficaram realmente comprovados. Em 2016, a Samsung teve uma infeliz experiência com o lançamento do Galaxy Note 7, quando seus aparelhos andaram explodindo em aviões. Algumas companhias aéreas chegaram a proibir o embarque de passageiros portando o aparelho e até mesmo o despacho desse celular nas bagagens. A fabricante coreana precisou convocar um recall de 2,5 milhões de unidades do Note 7 em todo o mundo. Mesmo assim, usuários que tiveram seus aparelhos trocados continuaram a relatar explosões.


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Outro caso que ficou bastante conhecido e chocou a população foi o de uma jovem de 11 anos, moradora do Distrito Federal, que veio a óbito após ser eletrocutada pelo celular que carregava na tomada.

Na opinião da engenheira eletricista Flavia Areal, o assunto é bastante polêmico e merece um debate mais profundo. “Realmente o celular pode explodir quando ligado à tomada. Sabemos de casos de pessoas que se queimaram ou mesmo que morreram por causa dessas explosões. Nesses casos, é preciso que haja uma investigação mais detalhada para entender em que condições o problema aconteceu. O celular estava na tomada? Era um dia chuvoso, com muitos raios? É preciso encontrar o real motivo”, explica.

Então, o que pode causar a explosão?

Antes de mais nada, é preciso entender que o que explode é a bateria e não o aparelho de celular. Flavia destaca que não é normal uma bateria de celular explodir do nada e que, nesses casos, as explosões podem ser causadas por inúmeros fatores, como um aumento de volume ou uma liberação muito forte de energia.

“Uma bateria simplesmente não explode. Há algum agente externo que causa a sua deformação e faz com que ela vença seu nível de isolamento seguro”, garante a engenheira. Os motivos são os mais variados, como uma sobretensão na rede elétrica causada por uma descarga atmosférica, em conjunto com outros fatores, como o uso de um carregador genérico, com um baixo nível de isolamento.

“Sou bem conservadora em relação a esses acidentes. Acho que não se trata apenas de um ponto, mas uma série de coisas que precisam ser analisadas em conjunto, até para que as próprias fábricas tomem as atitudes necessárias”, justifica. “A bateria é de lithium e por isso esquenta mais? A bateria pode estar liberando gases? Enfim, é uma série de fatores que precisam ser estudados, e não simplesmente falar que a bateria explode. Daqui a pouco vão começar a dizer que explode porque a pessoa falou demais no celular, o que exigiu muito da bateria e causou seu aquecimento. Se for por isso, o aparelho nem precisa estar na tomada para esquentar muito e acabar explodindo”.


A especialista também chama a atenção para fatores como erros na ligação elétrica da casa, na ligação predial ou mesmo em reparos realizados pela própria concessionária local de energia elétrica. Em muitos casos, os danos podem acontecer, não somente em celulares, mas em qualquer utensílio doméstico que esteja ligado à tomada.

“Se você estiver tocando num liquidificador que tenha o corpo de metal no momento de uma descarga atmosférica, logicamente ele não vai explodir, mas você pode levar um choque bem forte”, conta.

No caso da jovem de 11 anos do Distrito Federal, a descarga elétrica foi ainda mais grave porque, segundo informou a família da vítima, além do chão estar molhado, um ventilador dividia a mesma tomada do celular, o que causou a sobrecarga de energia.

Na opinião da especialista, falta, da indústria de telefones celulares, uma resposta à população, avaliando todos esses acontecimentos e as condições em que ocorreram, se o material era de qualidade e atestado pelo Inmetro ou um carregador genérico, por exemplo, e até mesmo se não era um celular genérico, fabricado fora das normas regidas de segurança e qualidade dos equipamentos.

Como agir em caso de emergência?

Em caso de choque, a primeira recomendação dos especialistas é que a rede elétrica seja desligada. Em seguida, utilize algum material isolante para desprender a vítima da fonte de energia, como um calçado e luvas de borracha ou um cabo de madeira.

Verifique se a vítima está consciente e se é capaz de responder a estímulos. Se sim, encaminhe-a imediatamente ao hospital mais próximo. Se não, chame o socorro especializado, como o Corpo de Bombeiros da sua cidade, e inicie uma massagem cardíaca na vítima. Se o problema for uma parada cardiorrespiratória, a massagem ajudará bastante.

É fundamental que se tenha muito cuidado ao tocar uma pessoa que recebeu uma descarga elétrica, pois a energia pode ser transmitida e fazer com que o socorrista também seja eletrocutado.

Cuidados necessários

É preciso prevenir sempre. Especialistas alertam para alguns cuidados que devem ser tomados na hora de carregar o seu celular para evitar possíveis problemas. São eles:

  • Não o deixe o celular carregando perto de papéis, tecidos ou qualquer tipo de material de fácil combustão porque ele poderá superaquecer por qualquer um desses motivos já comentados e causar um incêndio;
  • Não carregue o celular por mais tempo que o necessário;
  • Esteja sempre por perto e evite sair de casa enquanto o celular carrega na tomada. No caso de uma emergência, você poderá agir mais rapidamente para reduzir os danos.

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