Instabilidade econômica e política, dólar alto, desemprego que não para de crescer. Com um cenário desses, não é de se estranhar que a inflação tenha voltado com a corda toda, causando o aumento nos preços de produtos e serviços. Para diminuir o impacto nas contas domésticas, amigos, vizinhos e até desconhecidos estão se juntando em grupos de compras coletivas.

Alguns aplicativos de celular já oferecem esse serviço de compras coletivas. O mais conhecido no Brasil é o Facily. Só nos primeiros dois anos e meio de operação, o aplicativo teve mais de 2 milhões de downloads.

A função do aplicativo é unir as duas pontas do processo, ligando os distribuidores diretamente aos grupos de consumidores que se unem para comprar em grande quantidade. Por excluir os intermediários, como supermercados, transporte e armazenamento, por exemplo, o processo fica mais barato.

Para se ter uma ideia da economia, um litro de leite ou uma lata de cerveja podem sair por R$ 1 quando comprados em apps de compras coletivas. Um pé de alface por R$ 0,50 e até barris de chope de graça. Uma excelente notícia para famílias que estão sofrendo com a crise.

De acordo com um estudo do grupo de pesquisas Food for Justice, da Universidade Livre de Berlim, 59,4% dos domicílios do Brasil se encontravam em situação de insegurança alimentar em abril deste ano. Insegurança alimentar significa que família tem preocupação com a falta de alimentos em casa ou já enfrenta dificuldades para conseguir fazer todas as refeições.

Pontos negativos dos apps de compras coletivas

O lado ruim é que a oferta do produto acaba sendo menor, a entrega demora mais tempo para ser realizada e, em muitos casos, ele terá que buscar o produto na casa de um dos participantes do grupo.

Os usuários reclamam da demora na entrega dos produtos, que por vezes levam meses, e na dificuldade de falar por meio dos canais de comunicação das empresas.

O presidente e fundador do aplicativo, Diego Dzodan, disse, em entrevista à BBC News Brasil, que reconhece os problemas da empresa e garante que estão se empenhando para resolvê-los.

compras coletivas

"A proposta de valor acabou sendo tão boa que cresceu muito mais rápido do que conseguimos expandir e os prazos de entrega acabaram sendo maiores. Mas foram percentuais muito pequenos. Nesses casos, pedimos desculpas porque confiaram na gente e não fizemos um trabalho como deveria ter sido feito", diz.

A empresa garante que todos os produtos são entregues e que, para isso, triplicou o número de funcionários para atender melhor aos chamados e reclamações.

"Vamos entregar todos os pedidos e estamos correndo para montar nossa nova infraestrutura. Vamos aumentar nossa capacidade de entrega. É um percentual mínimo de pessoas com problemas, mas é inaceitável", afirmou Dzodan ao periódico.

Como estratégia para baratear ainda mais o preço final, o presidente da Facily informou que a empresa não investe em publicidade, preferindo usar esse dinheiro para dar bônus aos clientes, como as vantagens e descontos que eles ganham ao indicar um novo cliente.

Concorrência nacional

Embora não haja um aplicativo de compras coletivas que faça frente ao Facily, outros apps como WhatsApp e Instagram já lançaram serviços de compras on-line. No entanto, os dois serviços não funcionam como o Facily, que dá descontos pelo maior volume de compras.


Gostou da matéria? Entre no nosso grupo de WhatsApp e receba outros conteúdos sobre saúde, trabalho, finanças e muito mais!


Leia também:

Apps para ganhar dinheiro: realidade ou golpe?

Vírus de computador: saiba como evitar links maliciosos e se proteger dos ataques

‘Socorro, meu 4G não dura nada!’: 4 dicas para seu plano de dados render

Pedir dinheiro aos filhos não diminui o valor dos pais, afirmam especialistas

Cadastro Positivo: conheça os muitos benefícios de estar na lista como um bom pagador

Compartilhe com seus amigos

Receba os conteúdos do Instituto de Longevidade em seu e-mail. Inscreva-se: