Chega uma mensagem em seu e-mail. Você não conhece o remetente. O que faz?
Abre para ver quem escreveu?
Apaga sem ler?
Olha o assunto para saber se é um tema de seu interesse?
Todo mundo já passou – ou vai passar – por isso. Mas, para manter computadores e dispositivos móveis em segurança, o melhor é vencer a curiosidade e deletar a correspondência.
Essa é apenas uma das situações a que as pessoas estão sujeitas a ameaças virtuais – como roubo de senhas e invasão de vírus. Há outras, comuns no dia a dia, que podem passar despercebidas e que são tão perigosas quanto um e-mail suspeito – um download ou o uso de redes gratuitas, por exemplo.
Uma pesquisa da Kaspersky Lab e da B2B International, realizada no ano passado com 12.546 pessoas em 21 países – incluindo 503 no Brasil –, mostrou que pessoas com mais de 55 anos de idade são alvos atraentes para criminosos virtuais (hackers).
Muitas usam a internet para fazer compras, usar serviços bancários e se comunicar com amigos e parentes, mas não se protegem de maneira efetiva contra fraudes.
O levantamento mostra que essa faixa etária usa menos configuração de privacidade alta em mídias sociais e navegadores do que as demais – 30% ante 38%. Ao compartilhar informações, 35% das pessoas com mais de 55 anos conferem as mensagens antes de enviá-las e 16% evitam compartilhar informações quando estão cansados (entre os mais jovens, os índices são de 44% e 31%, respectivamente).
Pelo fato da geração 55+ ter “limites de compras maiores do que os dos jovens, o ataque se torna mais lucrativo para os criminosos”, sinaliza Thiago Marques, analista de segurança da Kaspersky Lab. Isso significa que é preciso manter-se permanentemente atualizado sobre os golpes.
Um dos que mais cresceu em 2016, por exemplo, foi o “ransomware” – um código malicioso é instalado no computador do usuário, que perde acesso a seus dados armazenados, a menos que pague um resgate para recuperá-los. Há ainda os “scammers”, que atraem pessoas com propostas de relacionamento afetivo, o que muitas vezes leva a roubo, extorsão ou sequestro.
O especialista em segurança digital e presidente da RPost, Fernando Neves, lista mais um: o “walling”. “Consiste em identificar nas redes sociais perfis de pessoas que presumidamente tenham alta renda ou ocupem cargos de decisão. Depois de identificadas, o hacker cria um clone desses perfis e os usa para se relacionar com colegas de trabalho e gerentes de banco, tirando vantagens financeiras”, explica.
Mas há formas de se defender. Marques ensina: “Além de tomar cuidados como não clicar em links estranhos e não fazer download de arquivos desconhecidos, é necessário um antivírus instalado nos dispositivos em que acessa a internet, desde smartphones a computadores de mesa”.
Marques acrescenta: “O comportamento na rede é a mais importante das garantias. Evitar sites sabidamente inseguros, como os de pornografia, de jogos ou de conteúdo violento, é a primeira medida”.
Além disso, vale atenção especial ao e-mail – tomando cuidado com links e atalhos. Só vale clicar neles se o endereço que aparece no navegador é o de um site conhecido. E nada de aceitar cobranças ou pedidos de informação por mensagem – a menos que seja feita uma ligação telefônica para a empresa para verificar a autenticidade do conteúdo.