De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2023, 208 golpes foram aplicados por hora em 2022. Os dados revelam que, mais do que nunca, é necessário se prevenir contra golpes e fraudes. Segundo Juliana D'Addio, especialista em segurança, 70% dos ataques bancários poderiam ter sido evitados pela vítima.

Dados oficiais do governo, divulgados em 2023, mostram que o número de golpes contra pessoas idosas cresceu mais de 70% em relação a 2022. Além disso, uma pesquisa realizada pelo Serasa mostrou que 75% dos idosos já são adeptos a aplicativos bancários.

Com pessoas idosas cada vez mais conectadas, é preciso atenção redobrada contra golpes e fraudes. Saber como proteger as finanças é vital.

Juliana trabalha há mais de 20 anos na área de segurança da informação e é líder da WOMCY, uma ONG voltada ao incentivo do ingresso de mulheres no mercado de segurança. A especialista conta que a estratégia usada pelos criminosos se chama engenharia social.

“A engenharia social visa fazer uma manipulação psicológica com o objetivo de fazer com uma pessoa atenda a um pedido.”

Para evidenciar como a estratégia é aplicada, Juliana pontuou as quatro etapas usados para que as pessoas caiam em golpes e fraudes.

Um casal de idosos supresos de forma negativa. A mulher segura um celular na mão e o homem segura um cartão bancário. Imagem para ilustrar a matéria sobre golpes e fraudes. Crédito: fizkes/Shutterstock

Os 4 passos usados pelos criminosos para aplicar golpes e fraudes

1º passo: coleta de dados das possíveis vítimas

Juliana conta que o primeiro passo dado pelos golpistas é a coleta de informações sobre possíveis vítimas.

“O fraudador faz uma lição de casa que é ir atrás de dados de vítimas em potencial. O nome, o telefone, o e-mail, rede social, qualquer forma de contato”, exemplifica a especialista.

2º passo: contato direto com a vítima

A segunda etapa é quando o golpista estabelece o contato com a vítima. Segundo a especialista, o principal elemento desse passo é a credibilidade.

“Ele vai se apresentar como da área de segurança do banco, vai se passar por uma empresa ou uma pessoa conhecida, capturando a atenção da pessoa”, pontua.

3º passo: manipulação psicológica

Segundo a especialista, a chave desta etapa é a emoção. O golpista, usando de manipulação psicológica, irá gerar medo ou instigar a ganância de um dinheiro fácil. Qualquer tipo de emoção pode ser usada nesse momento para manipular a vítima.

“E, normalmente, ele vai colocar uma pressão de tempo. Algo urgente para comprometer o discernimento daquela pessoa para atender a uma solicitação”, explica Juliana.

4º passo: finalização do golpe

A etapa final do golpe acontece quando a solicitação feita pelos golpistas é atendida pela vítima.

Como se proteger contra golpes e fraudes

Em um cenário em que mais de 200 golpes e fraudes são aplicados por hora, principalmente contra pessoas idosas, é necessário desconfiar sempre. O conselho da especialista em segurança da informação é não confiar em nenhum pedido anormal ou fora da rotina.

“Temos que manter o nosso ‘desconfiômetro’ sempre ligado. É normal o banco te ligar falando de uma compra suspeita? É normal você receber uma mensagem de WhatsApp falando que a pessoa trocou de número, pedindo dinheiro? Não é normal. Então crie uma mentalidade de desconfiança e não atenda a nenhum pedido de imediato.”

“Pare, pense, respire, ligue para a pessoa, entre em contato com o banco, entre no site que teve a promoção e confirme se aquela solicitação é legítima ou não”, completa a especialista.


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