O avanço da inteligência artificial já provoca impactos profundos na sociedade. Essa é a avaliação de Marcos Facó, Diretor de Comunicação e Marketing da Fundação Getulio Vargas (FGV DICOM). Ele foi entrevistado no podcast “Diálogos com a Inteligência”, uma produção do jornal Meio e da Insight Comunicação.

Durante a conversa com o cientista político Christian Lynch, Facó abordou os efeitos da inteligência artificial em diferentes áreas. Ele destacou os desafios e oportunidades que essa tecnologia impõe ao mercado de trabalho, à educação, à comunicação e à geopolítica global.

Segundo ele, a inteligência artificial está promovendo uma transformação sem precedentes no mercado de trabalho. A automação de tarefas rotineiras e a criação de sistemas mais sofisticados já alteram o perfil de diversas profissões.

Ele afirmou que “muitos postos de trabalho tradicionais estão sendo substituídos por sistemas inteligentes, mas, ao mesmo tempo, novas funções e oportunidades estão surgindo”. Para ele, a requalificação profissional será essencial. A capacidade de adaptação às novas tecnologias pode definir a permanência no mercado.

Educação também precisa se adaptar à inteligência artificial

Facó também apontou a necessidade de mudança no setor educacional. As instituições precisam incorporar ferramentas baseadas em inteligência artificial. Segundo ele, essa integração ajudará a personalizar a aprendizagem e a desenvolver habilidades exigidas pelo novo cenário tecnológico.

“A educação precisa evoluir junto com a tecnologia para garantir que as pessoas estejam aptas a trabalhar em um mundo cada vez mais digital”, comentou. Por isso, ele defende que a formação profissional comece desde cedo, com o ensino de tecnologia e inovação. Para Facó, esse movimento tornará o aprendizado mais dinâmico e alinhado com as demandas do mercado.

Uma mulher usando Inteligência artificial ao usar recurso de áudio no celular, enquanto olha para a janela. Crédito: Daria Voronchuk/Shutterstock

Inteligência artificial impacta a comunicação digital e o consumo de informações

Outro ponto abordado foi o uso da inteligência artificial na comunicação das empresas. Ferramentas de automação, chatbots e análise preditiva estão modificando a relação entre marcas e consumidores. Facó destaca que a tecnologia pode tornar campanhas mais eficientes e personalizadas.

No entanto, ele alerta sobre a importância de preservar a humanização. “O desafio é encontrar o equilíbrio entre automação e humanização, garantindo que a tecnologia sirva para aproximar e não afastar as pessoas”, pontuou.

Durante o episódio, Facó também abordou os riscos associados ao uso da inteligência artificial na produção e no consumo de informações. A disseminação de conteúdos automatizados exige responsabilidade, sobretudo no combate à desinformação. “A forma como consumimos informações está mudando drasticamente. Precisamos estar atentos à qualidade e à transparência do conteúdo gerado por inteligência artificial”, alertou.

A conversa ainda percorreu o papel estratégico da IA na geopolítica. Facó citou a disputa entre Estados Unidos e China pelo domínio dessa tecnologia, afirmando que a corrida pela liderança em inteligência artificial vai além de uma questão técnica. “Trata-se de uma disputa estratégica pelo poder”, disse, reforçando que o avanço tecnológico está cada vez mais atrelado às decisões políticas e econômicas globais.

Por fim, ele falou sobre os dilemas éticos e regulatórios que cercam o desenvolvimento da IA. Facó defende que a inovação precisa vir acompanhada de regras claras, que garantam segurança e preservem os direitos individuais. “A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa, mas precisamos definir limites e garantir que ela seja utilizada para o bem da sociedade”, concluiu. Para ele, a tecnologia deve estar a serviço das pessoas – e não o contrário.


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