A bula digital está se tornando cada vez mais comum no mundo da saúde. Ela é a versão eletrônica das tradicionais bulas de papel que acompanham os medicamentos. Mas, o que exatamente são as bulas digitais e como elas funcionam?
O que é a bula digital?
A bula digital contém basicamente as mesmas informações que são encontradas em uma bula de papel, mas em formato digital. Ela pode ser acessada por meio de um site, um aplicativo de celular ou até mesmo por meio de um código QR impresso na embalagem do medicamento.
Vantagens da bula digital
Uma das vantagens das bulas digitais é a atualização dinâmica. Enquanto as bulas de papel podem se tornar desatualizadas após a impressão, as versões digitais podem ser facilmente atualizadas para informações mais recentes sobre o medicamento. Dessa forma, fica mais fácil inserir novas informações, como avisos de segurança ou mudanças na formulação.
Outro benefício das bulas digitais é a possibilidade de incluir recursos interativos. No universo digital, acessar vídeos explicativos, gráficos e links como recursos adicionais é muito mais prático. Isso pode ajudar os usuários a entender melhor como usar o medicamento corretamente e quais medidas devem ser tomadas em caso de efeitos colaterais ou interações com outros medicamentos.
Desvantagens da bula digital
Um dos problemas das bulas digitais é o acesso. É importante garantir que todos os usuários consigam acessar as informações, independentemente do nível de habilidade tecnológica ou acesso à internet.
É dever das empresas farmacêuticas garantir que haja opções de acesso alternativas disponíveis. Linhas telefônicas de assistência ou versões impressas sob demanda são alternativas que podem facilitar esse acesso.
Como a bula digital funciona?
Para acessar uma bula digital, você pode ir ao site do fabricante do medicamento ou usar um aplicativo de smartphone que fornece bulas digitais. Alguns fabricantes também incluem códigos QR nas embalagens de seus medicamentos. Basta escanear o código QR com a câmera do seu smartphone para ser direcionado às informações.
Bulas Digitais representam sustentabilidade?
Outro benefício das bulas digitais é a redução do uso de papel. Isso não apenas economiza recursos, mas também reduz o desperdício. No entanto, é importante notar que as bulas de papel não vão desaparecer completamente. Elas ainda são necessárias para aqueles que não têm acesso fácil à internet ou preferem a versão em papel. Além disso, em algumas situações, as regulamentações exigem que uma bula de papel seja fornecida.
Crédito: Ariadne Barroso/Shutterstock
A bula impressa vai acabar?
A Lei 14.338, sancionada em maio de 2022, dispensa a bula impressa de determinados medicamentos. Ela altera a Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, para dispor novas regras sobre a bula digital de medicamentos.
Com a mudança, os laboratórios podem inserir um código de barras bidimensional (QR Code) nas embalagens de medicamentos, direcionando para as bulas digitais.
As bulas digitais devem ser hospedadas em links autorizados pelo órgão de vigilância sanitária competente e devem ter, no mínimo, as seguintes características:
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Conteúdo completo e atualizado, idêntico ao da bula impressa;
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Formato que facilite a leitura e a compreensão;
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Possibilidade de conversão do texto em áudio e/ou vídeo mediante o uso de aplicativo adequado.
Importante ressaltar que a inclusão de informações em formato digital não substitui a necessidade da apresentação da bula impressa. A bula impressa segue disponível com todas as informações necessárias. Portanto, mesmo com a implementação da bula digital, a bula impressa ainda será necessária.
Em novembro de 2023, a Anvisa abriu uma consulta pública para a regulamentação da bula digital. Por meio da consulta será possível compreender se a população está de acordo com essa nova implementação. A consulta foi encerrada no dia 19 de março deste ano.
Nos próximos meses, saberemos a opinião pública sobre a transição da bula impressa para a bula digital.
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