Terapia, companheirismo e busca por propósito lideram os motivos do uso da inteligência artificial, segundo estudo recente. Diferente do que se imagina, o principal uso da IA por pessoas comuns não está ligado a produtividade, aprendizado ou tarefas de trabalho.
A pesquisa foi publicada pela Harvard Business Review com base em um levantamento amplo. Ela analisou os 100 principais motivos pelos quais usuários acessam ferramentas baseadas em IA generativa, como o ChatGPT. E os resultados surpreendem.
As três primeiras colocações da lista envolvem o campo emocional. Segundo o estudo, os principais usos são:
- Terapia e companheirismo;
- Organização da vida pessoal e
- Busca por um propósito de vida.
Crédito: Thaspol Sangsee/Shutterstock
Entenda o uso da inteligência artificial, de acordo com a pesquisa
Terapia digital e laços afetivos com a IA
O uso da inteligência artificial tem se manifestado de formas diversas. Em primeiro lugar está a busca por apoio psicológico ou simplesmente por uma presença constante. O estudo indica que muitas pessoas estão utilizando sistemas de IA como ferramentas para lidar com sentimentos de solidão, ansiedade, luto ou traumas pessoais.
A escolha por interações com a IA, em vez de com humanos, foi explicada pelos entrevistados por três principais fatores: disponibilidade 24 horas por dia, baixo ou nenhum custo e ausência de julgamentos. Isso cria um ambiente percebido como mais seguro para explorar emoções e experiências pessoais.
Além disso, o relatório aponta que há usuários que estabelecem vínculos emocionais consistentes com a ferramenta, levando a interações regulares com teor afetivo.
Organização pessoal e propósito de vida
Outro tipo de uso da inteligência artificial identificado na pesquisa está relacionado à tentativa de organizar a própria vida. Ferramentas de IA estão sendo utilizadas como assistentes pessoais para ajudar a gerenciar rotinas, tarefas e compromissos.
Esse uso tem como objetivo principal reduzir a sobrecarga mental e aumentar a sensação de controle sobre o dia a dia. Há também relatos de pessoas que utilizam a IA como ferramenta de apoio ao desenvolvimento pessoal, fazendo reflexões sobre objetivos, valores e mudanças de rumo na vida profissional ou pessoal.
O estudo sugere que, ao utilizar a IA como um espaço de reflexão, os usuários buscam dar mais intencionalidade às suas decisões e construir um senso mais claro de propósito.
Educação e trabalho vêm depois
Somente na quarta posição do ranking aparece um uso voltado ao aprendizado. O estudo de novos idiomas, compreensão de conceitos complexos ou aprofundamento em temas variados não é a maior prioridade.
Mesmo esses usos, ainda que mais relacionados à educação, mantêm uma motivação pessoal forte. As pessoas seguem com o desejo de retomar aprendizados antigos, resolver dúvidas específicas ou explorar novas áreas de interesse, em vez de atender diretamente a demandas profissionais ou acadêmicas.
Segundo os autores da pesquisa, o principal achado é que o uso da inteligência artificial está moldando algo novo. Significa que estamos entrando em uma nova forma de relacionamento entre humanos e tecnologia. Agora, a relação é algo mais íntimo, subjetivo e centrado nas necessidades emocionais e existenciais das pessoas.
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