Você já deve ter ouvido falar em Chat GPT. Caso ainda não tenha, saiba que ele é uma espécie de assistente virtual inteligente, um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI, que foi treinado com ampla quantidade de texto para gerar respostas às mais diversas questões. É, na prática, a inteligência artificial (IA) atuando.
Quando se trata de inteligência artificial, quanto mais a máquina recebe informação, mais consegue gerar conteúdos. Qualquer pessoa pode se cadastrar e acessar o chat GPT, fazer perguntas e obter respostas. Essas respostas são baseadas no “treinamento” que foi realizado com a Inteligência Artificial.
A grande questão é que as informações colhidas pelo chat GPT são resultado de padrões e vieses da sociedade. Em texto publicado na mídia, as empreendedoras Camila Alves e Bete Marin, fundadoras da MV Marketing, agência digital voltada ao público maduro, explicam que existe um problema em delegar à máquina a responsabilidade de produzir narrativas com base somente no repertório da web.
Elas explicam, por exemplo, que quando o consumidor é 50+, um dos erros mais frequentes do Chat GPT é sugerir que as campanhas offline funcionam melhor para o consumidor maduro. “De maneira completamente errada, ele afirma que o público maduro é mais propenso a responder anúncios impressos, televisão e rádio; em contrapartida, que respondem menos a plataformas de mídia social, ou seja, não são impactados por campanhas nas redes sociais”, explicam.
Crédito: 3rdtime.luckystudio/Shutterstock
Chat GPT ainda acha que mídias que mais funcionam para os 50+ são offline
Perguntamos ao Chat GPT quais as melhores mídias para quem tem mais de 50 anos. As respostas foram as seguintes: livros, filmes e séries de TV, música, jornais e revistas, e atividades ao ar livre. De fato, o online não apareceu.
Porém, dados da MV Marketing mostram que os mais maduros estão muito conectados sim. Segundo Camila e Bete, a Geração Prateada está completamente imersa na internet: 77% fazem uso intensivo do YouTube; 84% têm o smartphone como principal meio de acesso à internet e, na prática, 97% dos cidadãos 60+ têm acesso à internet.
O grande desafio, portanto, é ensinar a máquina o que é correto sobre a geração dos 60+. “Acreditamos que a expertise humana permanece fundamental para educar as pessoas e as máquinas sobre comportamentos, verbetes e emoções que a nova realidade da longevidade trouxe”, afirmaram no artigo.
E o combate ao etarismo?
Mas se o Chat GPT ainda está muito desatualizado com relação a diversas informações sobre a geração prateada, por outro lado, pode ajudar com informações que estão corretas. Ao perguntarmos ao Chat GPT como combater o etarismo, algumas respostas importantes foram geradas. Entre elas: campanhas de sensibilização, educação em escolas e organizações, promoção do diálogo intergeracional e legislação e políticas antidiscriminatórias.
“Incentivar a interação e o diálogo entre pessoas de diferentes faixas etárias é uma forma eficaz de combater os estereótipos e preconceitos relacionados à idade. Através do compartilhamento de experiências e histórias de vida, é possível criar empatia, compreensão e respeito mútuo”, respondeu a máquina.
O Chat GPT também afirmou que a mídia desempenha um papel crucial na formação de atitudes e crenças. “É importante encorajar a representação positiva das pessoas mais velhas na mídia, mostrando suas contribuições para a sociedade, suas habilidades, talentos e diversidade”.
Inteligência artificial já é real, mas limitada
Em um cenário em que, cada vez mais, a IA faz parte do dia a dia de organizações e da sociedade em geral, é importante entender que ela pode facilitar a vida, mas não tem as respostas certas para tudo.
Para Marcel Pratte, CEO da Viceri-Seidor, empresa de tecnologia da informação, a Inteligência Artificial jamais pode ser considerada a salvadora da pátria. “É importante reforçar que se trata de um pedaço do potencial que a tecnologia pode atingir ajudando no melhor aproveitamento de novas oportunidades, estratégias assertivas, retenção de talentos e, até mesmo, análises preditivas de tendências para serem aplicadas aos negócios”, disse ele em artigo.
De acordo com João Fernando Saddock, especialista em inovação e growth marketing e marketing Manager na divisão de educação da H-FARM, o Chat GPT permite uma interação mais natural e personalizada, mas ainda é limitado. “É importante lembrar que, por mais avançada que seja a tecnologia, ela ainda é limitada e não pode substituir completamente a interação humana, especialmente em situações que exigem empatia e compreensão emocional”, ressalta.
De forma geral, é importante considerar que o Chat GPT é treinado com dados de texto e não tem acesso ao conhecimento do mundo real. Por conta disso, suas respostas nem sempre podem fazer sentido. De acordo com o treinamento recebido, ele pode gerar respostas mais ou menos tendenciosas, o que requer cuidado no uso das informações.
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