A inteligência artificial (IA) não é mais coisa de filme de ficção científica. Ela já está no bolso de milhões de brasileiros acima dos 50 anos, ajudando em tarefas do dia a dia sem substituir o bom senso humano. O segredo é usá-la como coautora, não como dona da verdade. Vamos ver exemplos concretos, com prós e contras, para quem quer experimentar sem cair em promessas exageradas.
1. Saúde e bem-estar: lembrete, não diagnóstico
Aplicativos como Google Fit ou Apple Saúde usam IA para lembrar de tomar remédio, contar passos ou avisar que a pressão subiu. Um longevo com diabetes pode configurar alertas no celular e receber: “Hora do remédio das 8h”. Funciona? Sim, reduz esquecimentos em até 30%, segundo estudos da USP.
Limite: A IA não substitui o médico. Se o app diz “você está com taquicardia”, é só um sinal para ligar para o cardiologista, não para se automedicar. Quem coautoriza revisa o dado e decide.
2. Finanças: controle, não mágico
Bancos como Nubank e Itaú usam IA para categorizar gastos. O app mostra: “Você gastou R$ 450 em farmácia este mês”. Pessoas 50+ que vivem de aposentadoria usam isso para ajustar o orçamento sem planilha complicada.
Limite: A categorização às vezes erra (compra de supermercado vira “lazer”). Quem coautoriza corrige manualmente e aprende a interpretar.
Crédito: fizkes/Shutterstock
3. Comunicação: falar é mais fácil
WhatsApp com transcrição de áudio (IA do Google) transforma mensagens de voz em texto. Para quem tem dificuldade de digitar ou enxergar letras pequenas, é ouro. Minha amiga de 68 anos responde áudios sem precisar ouvir três vezes.
Limite: A transcrição falha com sotaque forte ou barulho. A solução? Ouvir de novo ou pedir para o amigo repetir por texto.
4. Aprendizado: curiosidade sem sala de aula
YouTube e Duolingo usam IA para sugerir vídeos ou lições no ritmo do usuário. Um longevo que quer aprender inglês para viajar recebe aulas de 5 minutos, com repetição automática do que ele erra.
Limite: O algoritmo pode viciar em conteúdo raso. Quem coautoriza define: “Quero 20 minutos por dia, só gramática”.
5. Lazer: playlist e livros sob medida
Spotify monta playlists baseadas no que você curtiu nos últimos 30 anos. Netflix sugere séries que combinam com “Stranger Things” que você viu em 2016. É conforto emocional sem esforço.
Limite: A bolha de recomendação pode isolar. A saída é buscar ativamente algo fora da curva – pedir ao amigo uma dica ou fuçar a sessão “clássicos”.
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