A tecnologia tem ajudado diversas pessoas a terem mais qualidade de vida. Porém, também está sendo usada para enganar e aplicar golpes. Em uma nova farsa digital, criminosos usam inteligência artificial para se passarem por famosos. O objetivo é convencer pessoas a comprarem produtos pela internet.
William Bonner, Luciano Huck, Dráuzio Varella, Marcos Mion, Sandra Annenberg e Ana Maria Braga são figuras famosas que já foram usadas. O golpe, na qual criminosos usam inteligência artificial, é aplicada por meio de anúncios em redes sociais.
A inteligência artificial faz toda diferença nesse processo. Isso porque, por meio da tecnologia, os golpistas manipulam o rosto dos artistas para que a imagem falsa se pareça o mais próximo da realidade.
Além da utilização de rostos, os golpistas alteram a voz de desconhecidos e de famosos em seus anúncios. As publicações são impulsionadas e direcionadas a públicos específicos.
Com isso, diversas pessoas podem acreditar que essas falsas imagens são reais. Sendo, dessa forma, convencidas de que aquele produto anunciado realmente é bom e vale a pena.
Quando criminosos usam inteligência artificial as fraudes são complexas. Elas usam uso indevido da imagem, produto falso, golpe financeiro e tudo veiculado na internet.
Em entrevista ao Fantástico, o médico Dráuzio Varella se mostra triste com a situação. "É horrível você saber que tem gente que está vendo aquilo e achando que é você que está falando ali", comenta.
Divulgação Fantástico/TV Globo
Criminosos usam inteligência artificial: o que diz a legislação?
O Conar, Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, composto por veículos de comunicação, agências de publicidade e anunciantes, possui um código ético. Os veículos implementam um sistema de controle na recepção de anúncios, rejeitando, bloqueando e recusando aqueles que são claramente irregulares. Qualquer denúncia do público ou de partes prejudicadas requer uma avaliação imediata.
O Conar afirma estar em negociações com as redes sociais, porém, até o momento, elas não aderiram à autorregulação.
Como as grandes empresas se posicionam?
Diante de questionamentos judiciais, as redes sociais argumentam que o Marco Civil da Internet de 2014 assegura a liberdade de expressão. No entanto, é crucial observar que o marco refere-se à opinião, não aos anúncios. No Brasil, não existe uma legislação específica para propaganda.
O TikTok esclareceu que suas políticas proíbem mídia sintética que inclua a imagem de qualquer pessoa real não pública. Além disso, não permite mídia sintética de figuras públicas se o conteúdo for utilizado para endossar ou violar outras políticas. A nota destaca a possibilidade de denunciar vídeos considerados violadores das diretrizes, explicando o processo dentro do próprio aplicativo.
A Meta, dona do Facebook, assegura que não autoriza anúncios que promovam atividades fraudulentas. A empresa revisa o conteúdo utilizando tanto inteligência artificial quanto equipes humanas, removendo violações das políticas quando identificadas. A Meta afirma não ter tido acesso ao relatório da NetLab e, portanto, não pode fazer comentários específicos sobre suas conclusões.
Como se proteger de golpes
Como a legislação brasileira ainda não possui regras claras quanto a esse tipo de farsa, todo cuidado é pouco.
Enquanto criminosos usam inteligência artificial para aplicar golpes, é necessário que os usuários das redes sociais estejam atentos aos conteúdos que acompanham. É preciso sempre desconfiar de anúncios de venda de produtos, principalmente se forem figuras públicas e famosas anunciando.
Além disso, como uma regra geral para evitar golpes na internet, nunca compartilhe dados na internet e nas redes sociais, nem clique em links suspeitos.
Veja mais detalhes sobre o golpe, pela entrevista do Fantástico.
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