O aumento no número de casos de câncer preocupa especialistas e coloca países menos desenvolvidos em alerta. Segundo nova pesquisa publicada na revista científica JAMA Network, a incidência da doença câncer pode chegar ao dobro até 2050. A pesquisa, liderada pelo cientista Habtamu Bizuayehu, da Universidade de Queensland, na Austrália, analisou dados sobre taxas de mortalidade e incidência de 36 tipos de câncer em 185 países. O aumento previsto coloca em risco principalmente países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo.

A análise utilizou dados do Global Cancer Observatory. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que países de baixa e média renda terão dificuldades em controlar a doença. Isso porque o acesso a tratamentos e a recursos médicos é limitado. Países com IDH elevado, por outro lado, devem ver aumentos menores, uma vez que contam com sistemas de saúde mais estruturados.

A pesquisa também mostra que, até 2050, o número de mortes por câncer globalmente pode crescer 90%. Isso resultará em quase 8,8 milhões de mortes adicionais. Países de IDH baixo, como Níger e Afeganistão, podem enfrentar um aumento triplicado nos casos de câncer. Já países com IDH alto, como a Noruega, terão uma elevação mais modesta. O impacto do IDH no aumento de casos de câncer é observado principalmente pela expectativa de vida e pelo nível de educação e renda per capita.

Fatores de risco em ascensão com o aumento de casos de câncer

Além do impacto do desenvolvimento econômico, o estudo também revela que fatores de risco como obesidade e tabagismo influenciam o aumento dos casos de câncer. Gustavo Schvartsman, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, aponta que o crescimento na mortalidade projetada é relacionado ao aumento desses fatores de risco.

Segundo o especialista, a obesidade e o tabagismo têm crescido em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. O uso de cigarros eletrônicos, por exemplo, tem sido um dos motivos de alerta. Isso porque esse hábito impacta diretamente na saúde respiratória e pode aumentar o risco de câncer de pulmão.

Schvartsman também ressalta que o estilo de vida atual, marcado por estresse e falta de cuidados com a saúde, pode contribuir para o aumento de diversos tipos de câncer. Para o oncologista, essa “vida mais corrida e moderna” está diretamente ligada à exposição a fatores que aumentam a vulnerabilidade à doença.

Um médico vendo um raio x de um paciente idoso, analisando seu caso clínico, dentro de um consultório. Imagem para ilustrar a matéria sobre novos casos de câncer. Crédito: PeopleImages.com - Yuri A/Shutterstock

Perspectivas para o futuro

O estudo destaca que o câncer de pulmão deverá liderar entre os novos diagnósticos da doença. É possível que ele represente 13,1% dos novos casos e 19,2% das mortes até 2050. Essa alta prevalência reforça a necessidade de ações preventivas, principalmente em países com menor capacidade de resposta à doença. Estima-se que, sem medidas efetivas para conter fatores de risco e melhorar o acesso a tratamentos, a carga global do câncer continuará a crescer. Isso afetará desproporcionalmente as nações mais vulneráveis.

A pesquisa sugere que iniciativas focadas na prevenção e no controle de fatores de risco podem ajudar a reduzir o impacto futuro dos casos de câncer no mundo.


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