Estamos vivendo cada vez mais. Com isso, o número de casos de câncer em idosos também deve aumentar, tornando os cuidados preventivos com a saúde ainda mais necessários. Além disso, é preciso mais planejamento por parte dos sistemas públicos e privados de saúde.
De acordo com a a Organização Mundial da Saúde (OMS), um a cada quatro homens entre 60 e 79 anos no mundo tem ou vai desenvolver algum tipo de câncer. Entre as mulheres na mesma faixa etária, o índice é maior: uma em cada três.
Uma pesquisa realizada pela Organização poucos anos atrás mostra que o número de ôbitos relacionados à doença já vinha crescendo em todo o mundo. Para 2030, a estimativa é que 21 milhões de pessoas morram de câncer. Mas o que é possível fazer neste cenário?
Crédito: Jacob Lund/Shutterstock
Casos de câncer em idosos requerem adoção de hábitos mais saudáveis
Primeiramente, é importante considerar que o câncer é um grande desafio à saúde pública. Isso porque o envelhecimento populacional é um dos principais fatores de risco da doença. Em publicação do portal do INCA, o então presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Tarso Mosci, já havia tratado do tema. Ele disse que, salvo algumas exceções, a grande maioria dos tipos da doença tem maior incidência com o avançar da idade. “As pessoas estão vivendo mais e, com isso, também têm maior risco de desenvolver câncer”, disse ele.
Neste cenário, além de acompanhamento médico adequado ao longo dos anos, é preciso que cada cidadão também tome mais cuidados para preservar a saúde. Ou seja, é preciso adotar hábitos de vida mais saudáveis para uma chegada melhor à velhice. Entram aí a prática de exercícios físicos, a adoção de uma alimentação mais natural e o investimento em atividades que ajudem a preservar a saúde mental e emocional. Tudo isso, porém, também depende de estratégias mais amplas do ponto de vista governamental.
A coordenadora de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA, Liz Maria de Almeida, afirmou - em matéria publicada no portal do Instituto - que é preciso pensar nessas estratégias mais amplas de combate á doença. “Hoje, por exemplo, quando a gente diz ‘olha, nós temos que combater o sendentarismo’, precisamos avaliar se as pessoas têm locais em sua região para caminhar, para andar de bicleta ou para fazer qualquer outro tipo de exercício. Também precisamos entender que se a gente está falando do combater a obesidade, tem que ver como estamos discutindo com as populações locais os padrões de alimentação”, exemplificou.
Cuidados com a saúde e melhoria dos serviços geriátricos
Recentemente, em Chicago, no encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, da sigla em inglês), especialistas pediram ações urgentes para aumentar a força de trabalho médica; Eles alertaram que o mundo "não estaria preparado" para uma explosão de casos de câncer em idosos.
"À medida que a população se expande e a incidência aumenta, estamos realmente preparados para lidar com essas necessidades? Acho que globalmente não estamos preparados", disse Andrew Chapman, diretor do Sidney Kimmel Cancer Center-Jefferson Health e especialista em oncologia geriátrica.
O provável aumento de casos de câncer em idosos no mundo todo traz à tona a reflexão de que pacientes mais velhos com a doença têm necessidades específicas. Com isso, cada vez mais, os serviços geriátricos também precisarão estar prontos para atender a essas demandas.
Sistemas de saúde precisam começar a agir
Segundo a diretora médica e vice-presidente da Asco, Julie Gralow, os sistemas de saúde deveriam agir imediatamente para evitar uma sobrecarga relacionada ao aumento de pacientes idosos.
De acordo com Charles Swanton, clínico-chefe da Cancer Research UK, haverá mais pessoas idosas com diagnóstico de câncer. E elas vão requerer cuidados multidisciplinares. "Este grupo geralmente tem comorbidades e outras doenças, como doenças cardiovasculares, problemas cardíacos ou respiratórios", reforçou.
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