A medicina da longevidade está reformulando a forma como compreendemos o envelhecimento, deixando de lado a visão de declínio inevitável e propondo um processo adaptativo, repleto de potencial. Essa abordagem tem como foco mais do que aumento da expectativa de vida. Ela também a preservação da funcionalidade, da saúde mental e do bem-estar em todas as fases da vida.

Entre os avanços mais promissores está o Protocolo da Longevidade, liderado pela médica Evelyne Bischof, diretora do Departamento de Longevidade do Sheba Medical Center. Com base em medicina personalizada, biogerontologia, inteligência artificial e genômica, o protocolo propõe um novo caminho. A abordagem foca na prevenção de doenças, no monitoramento da saúde celular e na intervenções estratégicas voltadas à reversão de sinais do envelhecimento.

Tecnologia e ciência orientam a medicina da longevidade

O Protocolo da Longevidade utiliza mais de 450 biomarcadores para entender o envelhecimento biológico. Esses dados envolvem relógios epigenéticos, marcadores inflamatórios, testes fisiológicos e até o comprimento dos telômeros. A Dra. Evelyne Bischof, em entrevista à Veja Rio, pontua que “avaliamos esses biomarcadores em conjunto para ajustar intervenções personalizadas, desde modificações no estilo de vida até tratamentos farmacológicos, otimizando a qualidade de vida e retardando o surgimento de doenças crônicas”.

O uso de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e aprendizado de máquina, também é parte fundamental do protocolo. Com esses recursos, é possível prever trajetórias biológicas, personalizar estratégias de cuidado e acompanhar a resposta do corpo às intervenções.

Uma mulher, com cerca de 50 anos, alongando em uma varanda. Imagem para ilustrar a matéria sobre a medicina da longevidade. Crédito: Krakenimages.com/Shutterstock

Medicina da longevidade considera corpo, mente e ambiente

A proposta é diferente da geriatria tradicional, que atua no tratamento de doenças já instaladas. A medicina da longevidade se concentra na prevenção e na manutenção da vitalidade. Essa nova abordagem adota uma visão multidimensional, considerando os aspectos físicos, cognitivos, emocionais e sociais do envelhecimento.

De acordo com Bischof, “nosso protocolo inclui avaliações de função cognitiva, saúde mental e engajamento social, com intervenções como mindfulness, terapias cognitivas e suporte social para promover um envelhecimento holístico”.

Além disso, o protocolo contempla fatores externos ao corpo. Estilo de vida, ambiente e determinantes sociais da saúde também são analisados. “Reconhecendo seu papel crucial no envelhecimento e nos desfechos de doenças, incorporando estratégias para mitigar esses fatores”, afirma a médica, ao destacar que o foco está na qualidade de vida (healthspan), e não apenas na extensão da vida (lifespan).

Personalização e educação como pilares

A personalização das intervenções é um dos diferenciais do protocolo. Isso significa considerar desde o perfil genético até o contexto social de cada indivíduo. “Adotamos uma abordagem multi-ômica, combinando dados genômicos, epigenômicos e metabolômicos com avaliações de estilo de vida e fatores ambientais”, diz a especialista.

Com uma atuação internacional, Evelyne Bischof também lidera programas de formação na Healthy Longevity Medicine Society. No Longevity Education Hub, já foram treinados mais de 5 mil médicos. Segundo ela, “sem a educação adequada, não conseguiremos avançar na medicina da longevidade com segurança e eficiência”.

Há planos para que esse conhecimento chegue ao Brasil ainda em 2025. Quando acontecer, virá com a tradução de materiais e a colaboração com instituições locais. Isso deve ampliar o acesso à medicina da longevidade, respeitando a diversidade genética e os desafios culturais e sociais da população brasileira.


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