Envelhecer é um processo natural e inevitável, mas ainda cercado de desinformação. Muitos acreditam que envelhecer significa perder memória, viver com dores constantes ou deixar de praticar atividades prazerosas. No entanto, compreender os mitos e verdades sobre envelhecer é essencial para promover uma velhice saudável, ativa e com qualidade de vida.

O processo começa antes do que muitos imaginam. Por volta dos 30 anos, o corpo passa a produzir menos colágeno e ocorre uma leve redução na capacidade pulmonar e cardíaca. Apesar dessas mudanças, a ciência mostra que boa parte das limitações associadas à idade podem ser prevenidas ou controladas com hábitos adequados.

Close-up de uma mulher mais velha tirando uma selfie. Imagem para ilustrar a matéria sobre mitos e verdades sobre envelhecer. Crédito: Bernardo Emanuelle/Shutterstock

Conheça mitos e verdades sobre envelhecer

O esquecimento é inevitável?

Mito. Envelhecer não é sinônimo de perder a memória.

O geriatra e cardiologista Roberto Dischinger Miranda, do Instituto Longevità, explicou ao Terra que as alterações neurológicas fazem parte do processo natural de envelhecimento, mas nem sempre comprometem o cérebro.

“Quando falamos de envelhecimento, temos alterações em todos os sistemas orgânicos. Do ponto de vista neurológico, existem modificações sim, porém, nem sempre elas comprometem a função cerebral do indivíduo”, afirma o médico.

Segundo ele, lapsos de memória podem estar mais ligados à falta de atenção do que à idade. “A nossa memória está relacionada à atenção. Pelo próprio estilo de vida que levamos, implica em menor registro, menor foco de memória. Nem sempre lapsos de memória sinalizam doença”, afirma.

Atividades que desafiam o cérebro, como aprender uma nova língua ou tocar um instrumento, ajudam a manter a mente ativa.

É melhor diminuir o ritmo da atividade física?

Entre os mitos e verdades sobre envelhecer, esse é verdade. O corpo muda, e o ritmo dos exercícios deve acompanhar essas transformações.

A prática de atividades físicas é fundamental em todas as fases da vida, mas o ritmo precisa ser ajustado com o passar dos anos. “Os exercícios devem ter uma intensidade diferente daquele praticado quando a pessoa era jovem. Mas, em qualquer idade, a atividade física é importante. E a performance ao se exercitar dependerá de cada um, é uma capacidade individual”, comenta o geriatra Roberto Miranda.

O ideal é manter uma rotina de exercícios que respeite os limites do corpo, sem abrir mão da regularidade. Caminhadas, alongamentos e atividades aquáticas são ótimas opções para manter a mobilidade, a força e o equilíbrio.

É realmente necessário se acostumar com as dores?

Mito. Dores crônicas são comuns, mas não devem ser vistas como normais. Segundo o geriatra, doenças como a osteoartrose podem causar desconforto, mas exigem tratamento.

“Apesar das dores ocasionadas pela degeneração da cartilagem serem consideras comuns, não podemos considerá-las normais. O paciente deve ir ao médico para fazer um tratamento, fisioterapia e controlar o peso”, orienta Miranda.

O desejo sexual diminui?

Verdade. A sexualidade é outra área que também passa por mudanças. 

“O desejo sexual tende a diminuir com a idade, por ser próprio do envelhecimento humano”, explica o médico. Nas mulheres, a lubrificação pode diminuir após a menopausa. Já nos homens, é comum a disfunção erétil. Ainda assim, uma vida sexual satisfatória é possível, desde que o casal mantenha diálogo e bem-estar.

A consulta com o geriatra deve começar apenas depois dos 60?

Entre os mitos e verdades sobre envelhecer, esse é mito. O geriatra pode atuar preventivamente em qualquer fase da vida adulta.

“Não há nada que impeça a pessoa de envelhecer, o importante é manter a capacidade funcional, motora, física e mental”, afirma o médico.

Consultar o especialista antes da terceira idade ajuda a monitorar fatores de risco e adotar práticas que favorecem o envelhecimento saudável.

Pessoas idosas sentem menos sono?

Mito. O que algumas teorias afirmas é que acontece uma mudança na arquitetura do sono. Com isso, 

Muitos idosos relatam dormir menos, mas isso pode ser apenas uma alteração natural na rotina. “Muitas vezes, o idoso tem a sensação de que dorme menos ou de que não dormiu bem. Mas nem sempre isso é real”, diz Miranda. Ou seja, se o gasto energético for menor durante o dia, o sono será menos intenso, já que o corpo precisa de menos tempo para se recuperar.

Porém, é importante lembrar que um sono leve ou curto não necessariamente exige o uso de medicamentos. Para isso, é necessário a indicação médica.

O paladar realmente muda com a idade?

Entre os mitos e verdades sobre envelhecer, esse aqui é verdade.

As papilas gustativas se tornam menos sensíveis com o passar dos anos. A nutricionista Maristela Strufaldi, especialista em gerontologia, explicou ao Terra que isso altera a percepção dos sabores. “Para compensar essa perda, os idosos tendem a buscar alimentos ora muito doces, ora muito salgados”, explica

E a sede, de fato diminui?

Mito. A sede também parece diminuir, mas não é uma mudança fisiológica. 

“Muitas vezes, o que acontece é que o idoso perde bastante água por um quadro de incontinência urinária ou devido aos remédios diuréticos. Com isso, eles tendem a diminuir a ingestão de água – conscientemente ou não”, alerta Maristela.

Mesmo que o corpo não peça, a hidratação deve ser mantida. Beber água é essencial para evitar tontura, prisão de ventre e desidratação.

Os músculos enfraquecem?

Verdade. Com o envelhecimento, há uma diminuição natural da massa magra e um aumento da gordura corporal. 

Essa perda pode ser reduzida com exercícios de resistência e alimentação adequada. Strufaldi explica que o quadro acontece devido à morte celular e à atrofia muscular. O problema pode ser levemente corrigido com atividade física e alimentação balanceada.

Doenças comuns são normais na terceira idade?

Mito. Hipertensão, diabetes e catarata são doenças frequentes, mas não devem ser vistas como inevitáveis.

Segundo o geriatra Roberto Miranda, nada que compromete a vida e a saúde de uma pessoa deve ser considerado "normal". Por esse motivo, qualquer tipo de comprometimento da saúde ser investigado para a busca de uma vida mais saudável. "O ideal é envelhecer com saúde e bem-estar”, afirma.


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