A saúde das mulheres maduras é um tema frequentemente negligenciado, especialmente no que diz respeito à pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. Apesar de avanços na inclusão de mulheres em ensaios clínicos, as mais velhas continuam sub-representadas. O que resulta em tratamentos que muitas vezes não são eficazes para elas.

A médica Stephanie Faubion, diretora do Centro para a Saúde da Mulher da Clínica Mayo, nos EUA, destaca a necessidade urgente de considerar gênero e idade nos testes de medicamentos para garantir tratamentos eficazes.

Historicamente, ensaios clínicos focaram majoritariamente em homens. Os estudos levaram a medicamentos que não consideram as necessidades específicas das mulheres. Isso é especialmente problemático para a saúde das mulheres maduras. A biologia e respostas a medicamentos desse grupo podem ser significativamente diferentes das de homens ou mulheres mais jovens.

Faubion argumenta que assumir que a biologia feminina é irrelevante e que mulheres na pré e pós-menopausa respondem da mesma forma aos medicamentos é um erro que precisa ser corrigido.

Relação entre a saúde das mulheres maduras e doenças cardiovasculares

Problemas cardíacos são uma das principais causas de morte entre mulheres após a menopausa. No entanto, há uma disparidade significativa no tratamento de homens e mulheres que chegam ao hospital com dores no peito.

Martha Gulati, diretora de cardiologia preventiva no Hospital Cedars-Sinai, na Califórnia, aponta que mulheres mais velhas são mais suscetíveis a entupimentos em vasos menores. Fato que, muitas vezes, é negligenciado em diagnósticos e tratamentos.

Mão do médico usando estetoscópio para ouvir os batimentos cardíacos de uma paciente idosa, vestida de azul, no hospital. Imagem para ilustrar a matéria sobre a saúde das mulheres maduras. Crédito: tete_escape/Shutterstock

Os impactos no cérebro e saúde mental

Quando o assunto é a saúde das mulheres maduras, o cérebro é um dos órgãos mais afetados. A saúde cerebral é impactada desde o estresse de cuidar da família, dificuldades financeiras e o sexismo.

Além disso, a diminuição do estrogênio durante a transição para a pós-menopausa pode afetar o órgão. Estudos indicam que a vulnerabilidade feminina, a ansiedade e depressão podem piorar por essas condições.

Paula Rochon, professora de geriatria da Universidade de Toronto, ressalta que o duplo preconceito de sexismo e etarismo contribui para a deterioração da saúde mental das mulheres mais velhas.

Câncer e outros desafios

No campo da oncologia, a pesquisa focada na saúde de mulheres maduras é crucial. Supriya Gupta Mohile, da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, propõe que a saúde geral, e não a idade, deve orientar o rastreamento de câncer.

Ela argumenta que exames excessivos em idosas frágeis e insuficientes em idosas saudáveis comprometem os resultados.

Além disso, há uma necessidade urgente de estudos específicos sobre o câncer de pulmão em mulheres. Isso porque, devido as comorbidades frequentes, existe uma =agressividade nos tratamentos.

Apesar de apresentarem mais doenças autoimunes, distúrbios como ansiedade e depressão, e limitações nas atividades diárias, a resiliência feminina é impressionante. Nos EUA, as mulheres vivem cinco anos a mais que os homens; no Brasil, sete. Portanto, para garantir o bem-estar dos idosos, é fundamental focar na saúde feminina.


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