A conexão com a natureza traz inúmeros benefícios. Respirar um ar mais limpo, por exemplo, promove a redução do estresse. Pensando nisso, pesquisadores de três universidades (Penn State, EUA, National Open University e Lunghwa University of Science and Technology, Taiwan) realizaram um estudo para investigar como o contato com a natureza pode maximizar os benefícios físicos e psicológicos de idosos acima de 65 anos.
Análises sobre as crenças e ações das pessoas idosas que tinham mais conexão com a natureza foram feitas. O estudo, então, mostrou que aqueles que combinavam atividades sociais com o hábito de estar em contato com a natureza experimentavam maior bem-estar.
O termo japonês shinrin-yoku, também conhecido como banho de floresta, significa envolver todos os sentidos na experiência. Sentir o aroma, tocar nas árvores e ouvir os sons dos animais e riachos. Não é necessário ser um adepto de longas caminhadas ou trilhas íngremes, basta estar presente e integrado ao ambiente natural.
Crédito: LightField Studios/shutterstock
Ter mais conexão com a natureza é viável para todos?
Mesmo quem não está perto de florestas pode experimentar essa conexão em parques ou em áreas arborizadas. Isso sem mencionar as opções daqueles que vivem em cidades costeiras ou em regiões montanhosas.
Os pesquisadores entrevistaram pessoas que frequentavam uma área de preservação ambiental em Taiwan. Eles visitavam o local pelo menos uma vez por semana. Curiosamente, aqueles que sentiam mais conexão com a natureza e compartilhavam suas experiências relatavam um sentimento mais forte de propósito. Esse grupo demonstrou ter significado em suas vidas.
Segundo professor da Penn State e um dos autores do estudo, John Dattilo, as políticas públicas devem garantir o acesso a essas experiências:
“Muitos são impedidos de frequentar parques ou jardins botânicos porque moram longe, não dispõem de meios ou têm problemas de locomoção. Cabe ao Estado providenciar transporte e oportunidades para que os mais velhos possam interagir com outras pessoas, incrementando seus laços sociais”
Ele ainda acrescentou que o estudo também incluiu ambientes de dança e karaokê. Essas atividades são bastante comuns para essa faixa etária na Ásia. Porém, nenhum deles compara-se aos benefícios de estar próximo da natureza.
A importância da interação social para a longevidade
Um estudo publicado no "Journal of Epidemiology & Community Health" destaca a relevância das relações interpessoais para a longevidade. A pesquisa envolveu 28 mil pessoas chinesas que fazem parte de um estudo de longo prazo iniciado em 1998 e que passou a avaliar a qualidade do engajamento social das pessoas a partir de 2002.
Os participantes da pesquisa, com idade em torno de 80 anos, foram questionados sobre a frequência de sua participação em programas em grupo, variando de diariamente a nunca. O acompanhamento ocorreu durante cinco anos ou até o falecimento dos participantes. Os resultados mostraram que a taxa de mortalidade foi de 18,4 em cada 100 para os que nunca socializavam, 8,8 para os que o faziam esporadicamente, 8,3 para os que participavam de alguma atividade pelo menos uma vez por mês, 7,5 para os que socializavam semanalmente e 7,3 mortes em cada 100 para os mais sociáveis. Isso reforça a importância da interação social para a longevidade.
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