A relação entre memória e longevidade é um campo de estudo que atrai cada vez mais atenção dos pesquisadores. Segundo especialistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o cérebro não funciona como um disco rígido onde armazenamos nossas lembranças. Em vez disso, diferentes sistemas de memória são processados em diversas regiões do cérebro, que se reorganizam conforme os estados emocionais.

A memória, no senso comum, é vista como a capacidade de armazenar. Uma forma de resgatar informações quando necessário. Ivan Izquierdo, renomado estudioso da memória, a define como a aquisição, conservação e evocação de informações. Porém, a amnésia, ou o esquecimento, ocorre quando há falhas na evocação dessas informações.

A amnésia pode ser permanente, como nas síndromes demenciais, ou transitória, resultante de estresse ou lesões.

Relação entre memória e longevidade também envolve a emoção

Estados emocionais são os principais moduladores da formação de memórias. Eventos com alta carga emocional, sejam positivos ou negativos, tendem a ser mais facilmente memorizados. Existem estruturas cerebrais fundamentais nesse processo.

Além disso, transtornos depressivos e de ansiedade, comuns em idosos, afetam mais do que a aquisição da memória. Também impactam a consolidação e recuperação das lembranças.

Para entender as falhas de memória, é essencial considerar que diferentes tipos de memória exigem diferentes mudanças no cérebro. Com o envelhecimento, a densidade neural de algumas áreas diminui, mas isso não significa uma tragédia cognitiva.

O cérebro possui uma capacidade única de se adaptar e, por isso, é capaz de se reorganizar.

Idosos exercitando a memória, junto com uma enfermeira. Imagem para ilustrar a relação entre memória e longevidade. Crédito: Robert Kneschke/Shutterstock

Memória e aprendizagem andam lado a lado

A capacidade do cérebro de se reorganizar pode ser facilitada pela aprendizagem. À medida que aprendemos, modificamos a estrutura do nosso cérebro, tornando a memória algo dinâmico.

Segundo o pesquisador Gilberto Xavier, memória é a capacidade de alterar o comportamento com base em experiências anteriores. Portanto, a memória não é estática, mas um processo contínuo de construção e reconstrução.

O esquecimento é tão importante quanto lembrar. Em condições normais, somos responsáveis tanto pela construção quanto pela manutenção de nossa memória.

Inclusive, a incapacidade de esquecer, conhecida como Hipertimesia, é uma condição rara. Ela acontece quando existe a necessidade do equilíbrio entre lembrar e esquecer para uma memória saudável e funcional.

A relação entre memória e longevidade envolve um delicado equilíbrio entre lembrar e esquecer. Este processo contínuo é vital para a nossa identidade e qualidade de vida.

Assim, a memória não deve ser vista apenas como um depósito de informações, mas como um sistema dinâmico e adaptável, essencial para a nossa sobrevivência e bem-estar.


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