De acordo com o Boletim Anual da População Idosa, foi registrado um aumento de idosos no mercado de trabalho, na qual pessoas com 60 anos ou mais passaram a representar 19,7% da População em Idade Ativa (PIA). A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas (Dieese) e é referente ao biênio 2022/2023.
O levantamento mapeou a População Economicamente Ativa (PEA) no Distrito Federal. Segundo a pesquisa, o percentual de idosos ativos atingiu 5,8% no último biênio. Um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao período anterior. Já o percentual de jovens (entre 15 e 29 anos) recuou 0,9 p.p.
Mesmo com o aumento de idosos no mercado de trabalho, a maior parte desse grupo segue inativa. O estudo aponta que, nesse público, 80,9% (406 mil pessoas) estavam sem ocupação. Dentro dos idosos sem ocupação, 70,7% estavam aposentados. Já outros 13,5% se dedicavam a afazeres domésticos, e 15,2% estavam envolvidos em outras atividades não laborais.
Contudo, apesar do número grande de idosos inativos, 85,3% tinham experiência anterior de trabalho. Ainda, mais de 70% estavam fora do mercado há mais de cinco anos.
Aumento de idosos no mercado de trabalho tem maior representatividade masculina
A pesquisa ainda indicou que as mulheres eram 59,4% da população idosa. Porém, eram as mais presentes no grupo de inativos (63,5%). Com isso, percebeu-se que o aumento dos idosos no mercado de trabalho foi potencializado pela atuação masculina. No grupo de pessoas idosas ativas, 57,6% eram homens. Desse percentual, 68% eram os principais responsáveis pelo domicílio. Já outros 22,8% ocupavam a posição de cônjuges.
Dentro do grupo de ativos, 76,3% dos homens declararam ser os chefes da casa. Já os chefes da casa no grupo de inativos eram 66%. Segundo o levantamento, a maioria dos idosos em ocupação no DF estavam no setor de serviços. Desse grupo, 84,3% atuavam em atividades terciárias.
Crédito: Kleber Cordeiro/Shutterstock
Jornada de trabalho dos idosos ativos
Durante o período analisado, a maioria dos idosos ocupados no Distrito Federal atuava de forma autônoma (30%). Enquanto isso, 47,2% eram assalariados. Desses, apenas 20,1% tinham vínculo formal no setor privado, com carteira assinada.
A divisão entre assalariados no setor público e privado foi praticamente equilibrada. 23,5% dos idosos estavam no serviço público, enquanto 23,7% atuavam no setor privado. Outras ocupações incluíam empregadores (7,9%) e empregados domésticos (7,8%).
O rendimento médio real dos idosos ocupados teve um crescimento de 2,5%, alcançando R$ 5.507 mensais. Esse aumento foi equivalente ao observado entre jovens de 15 a 29 anos, cujo rendimento médio foi de R$ 2.288. Já a faixa de 30 a 59 anos apresentou o menor crescimento (1,7%), com uma média de R$ 5.207 mensais. O rendimento médio por hora dos idosos, R$ 32,99, foi 59,5% superior ao dos jovens (R$ 13,36) e 10,1% maior que o dos adultos entre 30 e 59 anos (R$ 29,67).
Em relação à jornada de trabalho, os idosos ocupados trabalhavam, em média, 39 horas por semana. O valor é um pouco menor que os jovens (40 horas) e os adultos de 30 a 59 anos (41 horas). Essa diferença reflete a adaptação das condições de trabalho para os idosos, que muitas vezes preferem jornadas mais flexíveis.
A educação também se mostrou um fator relevante para o aumento dos idosos no mercado de trabalho. No período analisado, 32,7% dos idosos ativos possuíam ensino superior completo. Já entre os inativos, essa porcentagem era de 27%. Por outro lado, a proporção de idosos sem ensino fundamental completo era maior entre os inativos (38,2%) do que entre os ativos (27,7%).
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