Saber como vender no WhatsApp pode ajudar a enfrentar a crise econômica provocada pelo novo coronavírus, garantem especialistas. Além de ser um aplicativo gratuito, “está conectado à agenda de telefone do celular e possui usabilidade muito intuitiva”, destaca Ívini Ferraz, CEO da Players School. 

As vantagens continuam: “Gostamos de falar com pessoas e ter mais ‘carinho’ na hora de comprar um produto ou serviço”, acrescenta o empresário e publicitário Roberto Calderon, curador de Negócios Digitais do SEBRAE e CEO da plataforma de e-commerce Link2Shop, sobre os pontos positivos dessa rede social.  

O sucesso do app no país não é de hoje. Em nível pessoal, é uma das formas de manter contato com pessoas queridas, participar de grupos de interesses comuns e compartilhar informações – e desinformações também. No empresarial, conecta “clientes e empresas com custos quase que perto de zero, sem limites de região, horário ou tempo”, resume Calderon. 

Os números do WhatsApp parecem positivos ainda em relação a outros canais de venda. “Como comparativo, nossa média de conversão no e-commerce é de menos de 1%, ou seja, a cada 100 visitantes, temos a chance de apenas 1 comprar. Vendendo pelo WhatsApp, chegamos em alguns casos a ter 70% de conversão em efetivação de compra”, diz. 

Confiante para começar? Confira, abaixo, as orientações dos especialistas para dar início às vendas pelo WhatsApp de forma assertiva. 

Passo a passo de como vender no WhatsApp

Para quem é 

O WhatsApp é uma solução voltada para empresas de pequeno e médio portes, mas “qualquer tipo de negócio pode se beneficiar”, destaca Calderon. A ferramenta ajuda a “estar muito próximo dos clientes, gerar leads [contatos de potenciais clientes] altamente qualificados com baixo custo e, principalmente, sem fricção de compra [desgaste do consumidor durante a experiência], desde a padaria da esquina até a multinacional através de seu SAC”, diz ele. 

Versão recomendada 

“Sem dúvida a versão Business é muito superior [à Messenger, usada no dia a dia por pessoas físicas] para quem quer transformar o WhatsApp em uma ferramenta de vendas e até em uma loja digital”, compara Ívini. Segundo ela, os recursos adicionais do app para empresas propiciam obter métricas de atendimento, etiquetas para clientes, respostas rápidas e até catálogo de produto. 

Primeiros passos 

A primeira recomendação para quem quer vender por WhatsApp é criar um link. Sem ele, é impossível que as pessoas cheguem até a conta. “Aprender a configurá-lo e divulgá-lo em redes sociais, sites e canais que estejam disponíveis é o início para que o empreendedor possa atrair novos clientes”, afirma a especialista.  

Novos e antigos clientes 

Atrair novos consumidores custa dinheiro, o que, em marketing, leva o nome de Custo de Aquisição do Cliente. “Sai muito mais barato fidelizar os seus clientes e vender mais para eles do que adquirir novos”, ensina Ferraz. “Se a sua empresa quer vender mais pelo WhatsApp, recomendo investir não só em anúncios e ferramentas, mas em treinamento digital e no pós-venda.” 

Cuidados 

É preciso ter um chip próprio para as transações comerciais, segundo a especialista da Players School. E aí surge o principal erro de muitos empresários: migrar o contato para esse novo número e começar a disparar mensagens para os clientes a partir dessa conta. 

“Na maioria das vezes, esse chip é bloqueado, pois não existe interação direta com aqueles contatos da agenda”, revela a especialista, acrescentando que esse é “o erro mais comum de quem está começando a fazer campanha de WhatsApp” pela versão Business.  

“Sempre recomendamos criar ações de Opt in, ou seja, na qual o cliente inicia o primeiro contato”, orienta Calderon. Como o WhatsApp tem o objetivo de aproximar as pessoas de forma segura, rápida e eficiente, pegar uma lista com números e mandar mensagens não é uma opção. “E, claro, não misturar conteúdos dos grupos de amigos nos grupos de negócios”, destaca ele. 

Mais cuidados 

“O grande problema é que, como todos têm seu próprio WhatsApp, alguns vendedores usam o aplicativo como se fosse privado e não uma ferramenta de comunicação entre a marca e o cliente”, alerta Ferraz. Ela acrescenta que também é muito comum as pessoas usarem o mesmo celular para as conversas pessoais e comerciais. Para ela, cabe à marca educar e instruir os funcionários para que entendam que, durante o atendimento, eles representam a empresa. 

Pagamentos 

Ferraz diz que o recomendado é usar link de pagamento – que pode ser enviado por e-mail ou WhatsApp e que dispensa a criação de site –, “principalmente quando o cliente já está com o pedido fechado”. Dessa forma, basta o consumidor clicar e concluir a compra. “O cliente do WhatsApp busca agilidade, rapidez no atendimento.” 

Ela adianta que, em breve, o WhatsApp terá um leitor de QR code. “É muito provável que seja a forma de pagamento mais usada no futuro.” 

Site e redes sociais 

O WhatsApp pode ser um canal de vendas e de contato com o consumidor, mas nunca deve ser o único. “A experiência atual da pandemia serve para reafirmar que o atendimento hoje deve ser ‘Omni Channel [multicanais], que a loja ou a empresa tenha mais de um canal de atendimento ao cliente”, afirma a especialista.  

Calderon indica, depois de criar contas nas redes sociais, escrever conteúdos e participar de grupos. “Minha principal recomendação é sempre ajudar seu público e ganhar notoriedade de seu nicho para depois começar a vender, seguindo o clichê: ‘É dando que se recebe’.” 

Pós-pandemia 

Ívini explica que o crescimento do uso de aplicativos mobile para vendas, chamado m-commerce, já era uma tendência em 2019. “Com a pandemia, todas as formas de venda online se fortaleceram”, diz ela. Como comprar pelo celular é fácil e “extremamente irresistível”, a tendência é que se mantenha em alta por “muitas gerações ainda”, segundo ela. 

“Agora, tudo ganhou volume e um grande número de novos adeptos, tanto para quem compra como para quem vende. Daqui para a frente acredito que vamos presenciar uma curva crescente e constante”, prevê Calderon 

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