Uma das principais referências da causa da longevidade no país, a seguradora Mongeral Aegon realizou, na manhã da última quinta-feira (15), o debate “Inovação e Tendências: vamos falar de longevidade!” no auditório do Centro Cultural Correios, no Centro do Rio. Com a presença de especialistas de diferentes áreas para refletir sobre o tema, o evento foi parte de uma rica programação pensada para acompanhar a exposição “Longevidade: os caminhos para viver mais e melhor”, realizada pela seguradora em parceria com o jornal O Globo e com o Centro Cultural Correios, e que segue em cartaz no local até o dia 15 de setembro.

O diretor executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, Henrique Noya, abriu o evento falando sobre a importância de promover a longevidade com qualidade de vida. “Precisamos olhar a conquista do aumento da longevidade como um desafio para as áreas de saúde, mobilidade urbana, trabalho, habitação e escolas, todas voltadas para uma demografia diferente daquela que temos hoje”, ressaltou Noya. “Vamos chegar a um aumento significativo da população brasileira com mais de 50 anos em um curto espaço de tempo”.


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Noya elogiou a realização do evento e ressaltou a importância de espaços comuns em que seja possível pensar soluções inovadoras para promover a longevidade com mais qualidade de vida sob diferentes óticas. “Será pela promoção da inovação entre todos os agentes da sociedade que seremos capazes de atender aos desafios e oportunidades advindos dessa conquista social que é o ‘viver mais’. Debater sobre inovação e incentivar que ela apareça com mais frequência é o nosso desafio de hoje”, pontuou o diretor.

Na sequência, a analista do Sebrae Clarissa Perna apresentou alguns dos principais projetos e cursos de apoio às micro e pequenas empresas e ao empreendedor brasileiro disponibilizados pelo Sebrae. De acordo com Clarissa, as políticas públicas sempre foram voltadas para a construção de escolas e creches, mas agora chegou a hora de focar na questão da longevidade.

“Ainda é muito comum associar uma startup a um jovem. Já temos estudos no Vale do Silício que mostram que a média de idade dos empreendedores em startups é de 42 anos. Hoje, 21% dos empreendedores brasileiros têm mais de 50 anos”, destacou a analista.

Clarissa também lembrou da importância de mais investimentos para a capacitação dos 50+ no país. “Um empreendedor com 50 anos de idade não tem mais muito tempo para errar ao investir suas economias de uma vida inteira, por isso é tão importante a capacitação desse público”. E concluiu: “Muito mais que sonho, empreendedorismo é responsabilidade”.

Depois foi a vez do representante do Aging 2.0 em São Paulo, entidade parceira do Instituto, Sergio Duque Estrada, apresentar o trabalho da entidade, que tem como objetivo identificar soluções de tecnologia para atender às necessidades da população 60+. Para ele, o país ainda está engatinhando no tema da longevidade.

“Sempre nos achamos um país de jovens, e por isso temos um despreparo que leva à ausência de políticas públicas e privadas”, alertou. Sergio defendeu a troca de experiências entre as gerações como uma solução para a consolidação de startups, que hoje apresentam uma alta taxa de mortalidade. “A tecnologia tem substituído as relações interpessoais. Falta a essa nova geração noções de governança que os 50+ podem contribuir com sua história empresarial”, garantiu o representante.

Uma das principais atrações do evento foi a empreendedora de 53 anos Patrícia Braga. Após ser demitida prestes a completar 50 anos, Patrícia conta que não mais conseguiu se recolocar no mercado de trabalho. Com uma história recheada de elementos como preconceito, dificuldades, superação e vitória, Patrícia afirma que nunca se abateu. E foi no empreendedorismo que ela encontrou uma solução para seus problemas.

“Quando você começa [a empreender], descobre que há um mundo inteiro pela frente (...). Tenho 53 anos e vou viver até os 100. Quer dizer, ainda tenho mais 50 anos de vida pela frente para me reinventar”, disse a empreendedora do atelier culinário Mavi.

Patrícia lamentou que no Brasil o mercado ainda tenha uma mentalidade atrasada acerca dos profissionais com mais de 50 anos. “Fui para os Estados Unidos e vi muitas pessoas de 60, 70 e até 80 anos trabalhando e sendo respeitadas. Foi muito triste voltar para o Brasil e descobrir que, aqui, estamos velhos com 50 anos”, lamentou.

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