A busca por uma aposentadoria ativa tem crescido entre idosos brasileiros. Seja para complementar a renda, sair do endividamento ou encontrar propósito após o fim da carreira formal. Dados da CNDL e do SPC Brasil mostram que, em dezembro de 2024, 41,51% dos adultos estavam com o nome negativado. Entre os endividados, 13,65% tinham mais de 65 anos.
Para Antonio Leitão, gerente do Instituto de Longevidade MAG, a combinação entre maior expectativa de vida e renda insuficiente pode explicar a demanda. Para o gerontólogo, as pessoas estão vivendo mais, mas nem sempre o benefício previdenciário é o suficiente para suprir as demandas financeiras. Ele explica que, apesar da correção de 4,77% nos benefícios em 2024, muitas aposentadorias ainda são inferiores à renda que os idosos recebiam na ativa. Antonio conta que isso ocorre principalmente entre aqueles que contribuíram por períodos curtos ao INSS ou tiveram salários acima do teto previdenciário durante a carreira.
“O valor do benefício não reflete integralmente os salários anteriores de muitos brasileiros, especialmente aqueles que contribuíram por períodos curtos ou os que receberam salários acima do teto do INSS durante a carreira”, pontua.
Por que a aposentadoria ativa se tornou necessária?
Tanto aqueles que conseguiram acumular patrimônio financeiro quanto aqueles que não possuem acabam precisando aumentar a sua renda.
Segundo Leitão, há dois perfis principais:
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Aposentados com patrimônio acumulado – “aumentando a renda, garantem mais tempo de duração do recurso acumulado.”.
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Aposentados sem reservas – “a pessoa acaba tendo que continuar trabalhando, mesmo após começar a receber um benefício previdenciário, para manter o padrão de vida”.
Além disso, o especialista destaca que serviços médicos, de cuidados ou medicamentos, por exemplo, têm custos mais elevados para idosos. O que pressiona ainda mais o orçamento.
Crédito: aslysun/Shutterstock
Como funciona a aposentadoria ativa na prática?
A aposentadoria ativa pode se materizalizar através da reinvenção profissional, da monetização de ativos e empreendedorismo digital. Essas alternativas permitem que o aposentado complemente sua renda de forma sustentável. Assim, pode usar desde habilidades adquiridas ao longo da carreira até recursos subutilizados, como imóveis ou veículos. Confira os modelos mais adotados e como aplicá-los:
1. Reinvenção profissional
Muitos transformam habilidades antigas em novos negócios. "Oferecer aulas particulares de idiomas, música, culinária, artes ou até habilidades técnicas é uma excelente maneira de gerar renda enquanto se mantém ativo e engajado. Além disso, essa é uma ótima forma de socialização”, sugere Antonio.
2. Aluguel de bens ociosos
“Um quarto extra, garagem, ou até mesmo um carro. As plataformas de aluguel de espaços ou veículos podem ser uma excelente maneira de monetizar ativos sem esforço, proporcionando um retorno financeiro regular”, explica o gerente.
3. Vendas online
Para quem prefere empreender digitalmente, Antonio destaca as vendas online. "Desde itens de artesanato até roupas e objetos usados, as plataformas de e-commerce oferecem uma oportunidade de expandir negócios pessoais ou revender produtos, com a comodidade de vender para qualquer lugar do Brasil.”
4. Prestar consultoria
Aposentados com ampla experiência profissional podem converter seus conhecimentos em renda através de serviços de consultoria. Essa modalidade permite atuar de forma flexível, sem vínculo empregatício, prestando orientação especializada em sua área de formação.
“Seja em sua área de especialização ou no apoio a novos empreendedores, a consultoria é uma maneira flexível e rentável de trabalhar, sem a necessidade de um emprego fixo ou deslocamento”, pontua Antonio.
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