A diferença entre MEI e autônomo vai muito além da formalização do trabalho. Em 2025, essa distinção influencia diretamente o quanto cada profissional paga ao INSS. Consequentemente, o valor de sua aposentadoria. Enquanto o Microempreendedor Individual contribui com uma taxa reduzida, o autônomo precisa desembolsar mais para garantir benefícios previdenciários maiores.

Criado em 2008, o regime do MEI foi pensado para simplificar a vida de quem atua por conta própria. Ele oferece vantagens como a emissão de CNPJ, acesso facilitado a crédito e inclusão na Previdência Social. Já o trabalhador autônomo, que atua como contribuinte individual, possui regras mais amplas e valores de contribuição variáveis conforme a renda.

Como funciona a contribuição do MEI

O MEI paga mensalmente uma guia única chamada DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Esse pagamento inclui a contribuição ao INSS, equivalente a 5% do salário mínimo vigente.

Em 2025, com o salário mínimo fixado em R$ 1.502, o microempreendedor que atua com empresas do comércio ou indústria paga 76,90 (R$ 75,10 + R$1 de ICMS) por mês à Previdência. Quem presta serviço paga R$80,90 (R$75,90 de INSS + R$5 de ISS). Já para comércio, o valor é de R$81,90 (R$75,90 de INSS + R$1 de ICMS + R$5 de ISS). Esses valores são fixo, independentemente do faturamento, desde que o limite anual de R$ 81 mil seja respeitado.

Essa modalidade garante acesso a benefícios como auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e aposentadoria por idade. No entanto, o benefício é limitado ao valor de um salário mínimo.

Como funciona a contribuição do autônomo

O trabalhador autônomo pode optar por dois tipos de contribuição ao INSS. O primeiro é o plano simplificado, que corresponde a 11% do salário mínimo. O segundo é o plano normal, que representa 20% da renda mensal declarada, respeitando o teto do INSS.

Com base nos valores de 2025, isso significa que o autônomo pode pagar desde R$ 165,22 (11% de R$ 1.502) até R$ 1.557,20 (20% sobre o teto previdenciário, de R$ 7.786,02).

No plano simplificado, o autônomo também se aposenta com um salário mínimo. Já quem escolhe o plano normal pode obter um benefício maior, conforme o valor e o tempo de contribuição.

Um celular com um aplicativo do simpels nacional sobre uma carteira de trabalho, ilustrando a matéria sobre diferença entre MEI e autônomo. Crédito: Brenda Rocha - Blossom/Shutterstock

Diferença entre MEI e autônomo no valor pago e no benefício

A principal diferença entre MEI e autônomo está no quanto cada um paga e no reflexo dessa escolha na aposentadoria. O MEI desembolsa, no mínimo, R$ 75,10 mensais, menos da metade do que paga um autônomo simplificado. No entanto, essa economia resulta em uma aposentadoria limitada ao piso nacional.

Enquanto o MEI tem contribuições fixas e reduzidas, o autônomo tem mais liberdade para ajustar o valor recolhido. Essa flexibilidade permite planejar um benefício mais alto, mas exige maior disciplina financeira.

Especialistas alertam que muitos microempreendedores não se dão conta da limitação previdenciária do regime. Eles destacam que é possível complementar a contribuição mensal do MEI por meio de uma guia adicional (GPS), garantindo um benefício mais elevado no futuro.

Estratégias para aumentar a aposentadoria sendo MEI

O MEI pode emitir uma guia complementar e contribuir até 20% do salário de contribuição desejado. Essa prática permite ampliar o valor da aposentadoria e contar o tempo de contribuição de forma integral.

Por exemplo, se o microempreendedor pagar os 5% obrigatórios no DAS e complementar com mais 15% em uma guia GPS, ele poderá se aposentar com valor superior ao salário mínimo, desde que cumpra as demais regras do INSS.

Essa opção é uma forma de equilibrar a economia obtida no presente com a segurança financeira no futuro.

Quem se beneficia mais em cada caso

O MEI é mais vantajoso para quem está começando um pequeno negócio e tem faturamento anual de até R$ 81 mil. É uma solução prática para quem busca formalização rápida, baixo custo e acesso básico à Previdência.

Já o regime de autônomo é mais indicado para profissionais com rendimentos mais altos ou para quem deseja se aposentar com um valor acima do salário mínimo. Profissionais liberais, como médicos, engenheiros e advogados, também não podem ser MEI e precisam se enquadrar como contribuintes individuais.

Impacto previdenciário da diferença entre MEI e autônomo

O crescimento do número de microempreendedores formais trouxe benefícios sociais e econômicos, mas também desafios para o sistema previdenciário. Com milhões de contribuições reduzidas, há preocupação sobre o aumento futuro de aposentadorias no valor mínimo.

Especialistas defendem que o MEI é essencial para a inclusão produtiva, mas reforçam a necessidade de conscientizar esses profissionais sobre o impacto de suas escolhas. Contribuir mais pode significar uma velhice mais segura e menos dependente de benefícios básicos.


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