Pessoas aposentadas podem, muitas vezes, passar por algumas instabilidades financeiras. Por esse motivo, entender os principais erros financeiros na aposentadoria é uma forma de se blindar para evitar dificuldades nessa fase da vida. O aumento da expectativa de vida ampliou desafios ligados à renda, ao consumo e à organização financeira. Com isso, viver mais tempo exige planejamento constante, disciplina e decisões conscientes ao longo de toda a vida produtiva.
O Brasil envelhece rapidamente, enquanto o sistema previdenciário enfrenta dificuldades estruturais. Enquanto isso, há mais beneficiários e menos contribuintes ativos sustentando a previdência pública. Esse desequilíbrio pressiona as contas públicas e reduz a previsibilidade da renda futura.
Segundo a advogada Sarita Lopes, especialista em direito previdenciário, em entrevista ao Estadão, "o modelo atual precisa ser repensado para dar conta do envelhecimento da população”. Nesse cenário, o debate sobre a previdência complementar ganha força juntamente com a educação previdenciária individual.
Para ela, informação é um pilar essencial da segurança financeira na velhice. O planejamento pessoal segue sendo extremamente importante, mesmo com reformas em discussão.
Para alguns especialistas, quatro erros financeiros na aposentadoria costumam se repetir e aparecem com frequência. Esses equívocos ajudam a explicar por que muitos idosos ficam sem recursos antes do esperado. Confira abaixo.
Crédito: wichayada suwanachun/Shutterstock
4 erros financeiros na aposentadoria comuns
1. Crédito fácil e consignados criam armadilhas silenciosas
O crédito consignado se tornou um dos maiores riscos financeiros para aposentados. Juros menores criam uma falsa sensação de segurança e controle. Na prática, parcelas comprometem grande parte da renda mensal.
Planejadores financeiros relatam casos recorrentes de endividamento excessivo. Há aposentados que comprometem mais da metade do benefício com parcelas fixas e, com isso, sobra pouco para despesas essenciais do dia a dia.
O problema se agrava quando o dinheiro financia gastos de terceiros. Ajudar familiares ou pagar dívidas antigas amplia o ciclo de endividamento. Por isso, romper esse padrão exige limites claros e disciplina financeira.
Especialistas reforçam que crédito só deve ser usado em emergências reais. Gastos médicos imprevistos, por exemplo, entram nessa categoria prioritária. Fora dessas situações, o ideal é cortar despesas e reorganizar o orçamento. A renda fixa deve ser preservada para o próprio sustento.
2. Depender apenas do INSS amplia os erros financeiros na aposentadoria
Confiar exclusivamente na aposentadoria pública se tornou uma estratégia arriscada. O benefício médio não acompanha o custo real de vida no país. Além disso, inflação e despesas crescentes corroem o poder de compra.
Para rompes com esse ciclo, especialistas sugerem construir fontes complementares de renda. O processo deve começar ainda durante a vida profissional ativa, pois produtos de longo prazo ajudam a preservar o poder de compra.
Entre as opções, existe o Tesouro IPCA e Tesouro RendA+. Este último foi criado especificamente para planejamento de aposentadoria. Nessa estratégia, a a previsibilidade de renda é um fator central para a sustentabilidade financeira.
Além disso, o Brasil possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Esse contexto favorece investimentos conservadores no longo prazo. Aplicações em renda fixa podem funcionar como um segundo pilar previdenciário. Ainda assim, o tempo segue como principal obstáculo para quem começa tarde. Po isso, é importante entender que a Longevidade Financeira deve começar cedo.
3. Dificuldade de dizer não para a família também atrapalha as finanças
Ajudar financeiramente filhos e netos é um comportamento recorrente. Apesar da intenção positiva, esse apoio compromete a renda do aposentado. Isso porque o orçamento passa a sustentar despesas que não são próprias.
O problema tem raízes culturais profundas. Pais costumam evitar estimular a autonomia financeira dos filhos e o resultado aparece na aposentadoria fragilizada. Existem situações ainda mais delicadas. Em algumas famílias, cartões e empréstimos ficam em nome do idoso. O controle financeiro se perde rapidamente nesses casos.
4. Ignorar o aumento dos gastos ao envelhecer
Outro ponto crítico envolve a subestimação das despesas futuras. Com a idade, gastos tendem a crescer de forma contínua. Além disso, a saúde se torna o principal fator de pressão no orçamento.
Os planos de saúde ficam mais caros com o tempo. Medicamentos de uso contínuo entram na rotina mensal. E, para piorar, os ajustes na moradia e no transporte também pesam.
Um dos erros financeiros na aposentadoria mais comuns é ver esse dinheiro apenas como renda de descanso. Quando o ideal seria enxergar essa fase com um planejamento financeiro. Afinal, planejar o futuro exige precificar o envelhecimento.
Algumas estratégias práticas de controle podem colaborar com essa fase da vida. Comparar preços de medicamentos, por exemplo, reduz despesas recorrentes. Além disso, planos coletivos ou de associação podem ser mais acessíveis. Ainda, atividades físicas gratuitas ajudam a preservar saúde e orçamento. Muitas são oferecidas por prefeituras e centros comunitários.
Mesmo sem reservas acumuladas, ajustes são possíveis e revisar gastos pequenos gera alívio financeiro consistente. É importante destacar que os erros financeiros na aposentadoria não surgem de forma isolada. Eles refletem decisões acumuladas ao longo da vida adulta. Por isso, planejamento contínuo segue como principal ferramenta de proteção financeira.
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