O Tesouro Direto é um dos investimentos com menor risco do mercado, já que quem remunera os investidores pelos títulos adquiridos é o governo brasileiro. A novidade é que, ao longo de 2022, deve ser lançado um novo tipo de título, voltado à aposentadoria.

De acordo com informações do secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, os estudos relacionados ao título já estão em andamento e a ideia é que seja considerado um período entre 30 e 40 anos de investimentos.

Ao longo desses anos, o investidor não receberia os juros e acumularia capital, de forma que, ao final da aplicação, teria direito a pagamentos mensais.

Expectativa é investidor do Tesouro Direto conseguir se programar

Apesar do título de Tesouro Direto voltado à aposentadoria ainda estar em estudo, a expectativa é que o investidor consiga se programar com base na renda que gostaria de receber ao se aposentar.

Por exemplo, alguém que pretende receber R$ 4 mil por mês precisaria checar a quantidade de títulos a serem comprados no presente para garantir essa renda por um determinado tempo futuro.

Para João Beck, economista e sócio da BRA, o Tesouro Direto Aposentadoria seria uma ferramenta excepcional, já que as ofertas de títulos públicos não dispõem de nenhuma opção com pagamentos mensais no momento. 

“É um instrumento adequado que populariza o acesso à aposentadoria, desmobiliza a previdência pública e cria concorrência aos bancos públicos e privados”, afirma.

Será preciso cautela antes de investir

Segundo Leandro Vasconcellos, CFP®️, Head da mesa de alocação Alta Renda e sócio da BRA, a medida também parece  positiva por ter um potencial enorme de inclusão de novos investidores que hoje não investem por não entenderem a dinâmica dos títulos públicos. 

“Para quem não é do mercado, fica muito complicado projetar qual seria a renda mensal possível daqui a 30 anos tendo como base as opções disponíveis hoje no tesouro direto”, explica. 

Ele alerta, porém, que ainda é muito cedo para conhecer os efeitos colaterais da medida no mercado, como, por exemplo, os impactos na dívida pública. Isso porque os fatores de correção para se garantir uma renda ainda não foram detalhados. 

A necessidade de cautela também é citada por Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos. Ele explica que ainda não se sabe como será feita a tributação em cima dos rendimentos. 

“A questão importante é que toda vez que se recebe uma renda mensal há um tributo envolvido. Isso pode pesar muito, já que a renda fixa no Brasil tem tributação mais elevada. Quanto mais o produto paga mensalmente, mais vai gerar impostos e menos se acumula capital rendendo”, afirma.


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