Não é segredo para ninguém que a taxa de inadimplência no Brasil é bem alta. Muitas pessoas sentem dificuldade na hora de pagar as contas, principalmente em meio à crise provocada pelo novo coronavírus. Então o que fazer para não ficar com o nome sujo no Serasa? Negociar dívidas e se planejar financeiramente, apontam especialistas.
Com o nome “sujo” no Serasa
Divulgado anualmente pela Serasa, o Mapa da Inadimplência no Brasil mostrou que, no último mês de maio, cerca de 62,56 milhões de brasileiros estavam endividados. O número é 0,7% menor do que o verificado em abril, quando o indicador estava em 62,98 milhões. No entanto, o valor médio da dívida por pessoa é o maior dos últimos 12 meses, e está em R$ 3.937,38, alta de 1,3% em relação ao mês anterior. O valor médio de cada conta em atraso é de R$ 1.162,43.
Para Andrheya Dória, educadora e planejadora financeira, sócia executiva na Efika BPO Financeiro e fundadora da Capital do Bem, é importante que o consumidor fique atento às suas dívidas para que seu nome não seja incluído no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito, como o Serasa, o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e o CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos).
“Tendo uma restrição no CPF, o consumidor perde diversas opções de crédito no mercado. Isso ocorre porque um dos critérios utilizados pelas instituições financeiras na análise de crédito para obter cartões, empréstimos e financiamento é o cadastro nesses órgãos”, explica. Ou seja, se seu nome estiver negativado, seu pedido será recusado.
A melhor forma de negociar dívidas
Caso você se encontre endividado, pode tentar negociar dívidas com seus credores. “É muito importante entender as condições da renegociação”, afirma Andrheya. “Ao dar início à negociação, procure saber qual será o desconto sobre a dívida total que está sendo proposta”.
Caso prefira parcelar essa nova conta, não se esqueça dos juros. “Mesmo que o valor mensal seja menor, pode haver o risco de sair mais caro a longo prazo”, explica a especialista.
Nos casos em que não existe a possibilidade de acordo ou que a parcela negociada não caiba em seu orçamento, o mais recomendado é poupar mensalmente. Assim, é possível assegurar melhores condições de negociação, como a quitação da dívida em valores menores.
Assim que quitar sua dívida, a empresa credora terá um prazo de cinco dias úteis para regularizar a situação do cliente, retirando seu nome do cadastro dos órgãos de proteção ao crédito. “Até mesmo a renegociação já é o suficiente para ‘limpar’ o nome do consumidor’, afirma Andrheya.
Como organizar sua vida financeira em cinco passos
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Faça um levantamento detalhado de todas as suas dívidas;
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Priorize o pagamento das contas essenciais para evitar o corte de serviços indispensáveis;
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Priorize as dívidas com as taxas de juros mais altas;
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Procure linhas de crédito mais baixas;
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Na hora de negociar dívidas, tenha certeza de que que as parcelas cabem em seu orçamento.
E para evitar o surgimento de novas dívidas?
Questione-se
Antes de qualquer compra, faça a si mesmo algumas perguntas:
“Eu realmente preciso deste produto?”
“O que ele vai trazer de benefício para minha vida?”
Vai agregar algum valor?”
Conheça seus números
Para se comprometer com uma compra, é preciso saber como está o seu orçamento. “Parece estranho, mas muitas pessoas não sabem o quanto ganham. Quando isso acontece, não existe um limite nos gastos e, portanto, elas não conseguem fazer um planejamento adequado”, comenta Andrheya.
Anote suas despesas
Somente anotando o quanto gasta é que você poderá saber para onde vai o seu dinheiro. A partir daí, pode analisar quais despesas consegue reduzir ou até mesmo eliminar. “Muitas vezes o desequilíbrio financeiro vem de despesas de menor valor que não costumamos dar importância”, aponta a especialista financeira.
Crédito: kitzcorner/shutterstock
Guarde o dinheiro primeiro e compre depois
“Um hábito que a maioria das pessoas não tem é o de guardar para gastar depois”. Por isso, Andrheya recomenda fazer uma pesquisa sobre o produto antes de adquiri-lo, juntar o valor total necessário e, só depois, comprá-lo.
“Com o dinheiro na mão, você pode negociar e ganhar um desconto”. Além disso, pode evitar o acúmulo de parcelas que podem comprometer seu orçamento financeiro para os meses seguintes.
Tenha planos, metas e objetivos
Ter um projeto pode ajudar na hora de poupar dinheiro. Sabe aquele curso que você deseja fazer ou a viagem dos seus sonhos? Pensar neles pode ajudar na hora de economizar. “Quando temos objetivos bem definidos, adquirimos foco e disciplina para gastar menos com coisas supérfluas do dia a dia. Tenha um propósito”, finaliza Andrheya.
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