O reajuste de 15,5% em planos de saúde foi aprovado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os reajustes em planos de saúde para quem tem mais de 59 anos, contudo, podem ser maiores do que 40% para os clientes dos convênios médicos.

Isso acontece porque, além do reajuste anual, as operadoras são autorizadas a elevar as mensalidades. Elas ocorrem quando há transição de faixa etária. O último aumento pode ser feito aos 59 anos.

O cálculo foi feito pela equipe de cientistas liderada por Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e blogueiro do Estadão, e por Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio (UFRJ). A pesquisa foi com base em dados da ANS, que, pela primeira vez, divulgou valores comerciais dos convênios e operadoras.

De acordo com o levantamento, os reajustes em planos de saúde podem chegar a 43,1%. Esse valor será para aqueles que "migraram" da faixa etária de 54 a 58 anos para a de 59 anos ou mais. Além disso, passará a valor quando os clientes completarem 59, até abril de 2023.
Um mulher, acima de 50 anos, contando moedinhas de um cofre de porquinho. Imagens para ilustrar a matéria sobre reajustes em planos de saúde. Crédito: Prostock-studio/shutterstock

 

Como os reajustes em planos de saúde funcionam para cada idade

A regra de transição da ANS considera dez grupos etários. A cada transição, a operadora tem direito a subir o preço do plano de saúde. Para crianças e adolescentes, o reajuste é de 15,5%. Para os outros sete grupos de idade, as taxas variam entre 25,3% (34 a 38 anos) e 43,1% (59 anos ou mais).

Ainda de acordo com a regra, o reajuste da última faixa (59 anos ou mais) não pode ser seis vezes maior que o da primeira (0 a 18 anos).

Scheffer discorda dos reajustes em planos de saúde. Para ele “os idosos estão sendo expulsos de forma pecuniária da saúde suplementar. A pessoa paga o plano a vida inteira e quando chega aos 59 anos, e mais precisa, não consegue arcar com os custos mais".

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também se manifestou nas redes sociais. Segundo ele, são necessárias mudanças no setor, "como maior transparência, mais eficiência e ampliação da concorrência". Ele disse ainda que "aumentos das mensalidades arcadas pelos brasileiros que contratam plano de saúde não necessariamente estão associados com a qualidade do serviço prestado".


Saúde, trabalho, finanças e muito mais! Faça parte do nosso grupo de WhatsApp e receba conteúdos na palma da sua mão.


Leia também:

Vacina contra a gripe: Instituto de Longevidade MAG oferece desconto para membros

Prato feito brasileiro está mais caro. Veja o retrato da inflação na comida

Violência financeira contra a pessoa idosa: um grave problema

Compartilhe com seus amigos

Receba os conteúdos do Instituto de Longevidade em seu e-mail. Inscreva-se: