A  taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 13,75% pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).  Continua sendo o maior percentual em cerca de seis anos. Mas o que você precisa entender sobre isso?

Para começar, a taxa Selic norteia a economia do país. Ela costuma subir quando a inflação está alta e cair quando é preciso estimular o mercado. Com juros mais altos, fica mais difícil comprar as coisas e fazer empréstimos ou financiamentos. Já com juros mais baixos é exatamente o contrário.

No cenário atual, a taxa de juros básica foi mantida porque a economia está em uma espécie de “período de observação”. No comunicado da decisão, o Banco Central (BC) cita riscos fiscais e incerteza sobre o que deve acontecer no Brasil diante da revogação do teto de gastos para 2023. 

“Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada”, diz o comunicado.

Ou seja, com o rompimento do teto de gastos, mais dinheiro circula na economia. Com isso, a inflação pode subir. E com a inflação mais alta, fica difícil diminuir a taxa de juros. 

Taxa de juros básica permanece em 13,75%

Foto:Andrey_Popov/Shutterstock

O que mais é preciso entender sobre a atual taxa de juros básica?

Em comunicado, Marília Fontes, analista CNPI da Nord Research, explica que, desde a última reunião do Copom, muita coisa aconteceu. E diz que a PEC aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) considera um gasto extra de aproximadamente R$ 150 bilhões. Ela afirma que é  melhor que os R$ 175 bilhões previstos, mas ainda um gasto muito superior ao recomendado. 

“Um gasto dessa magnitude exigiria um aumento de impostos agressivo ou um crescimento econômico de cerca de 6% para que a Dívida sobre o PIB estabilizasse no patamar atual”. Esse novo cenário, segundo a especialista, fez com que o mercado zerasse a  expectativa de queda da taxa de juros para o ano que vem. 

Mesmo estando estável, a taxa de juros básica do Brasil continua a ser a maior do mundo descontada a inflação, considerando-se uma uma lista com 40 economias. 


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