Conforme os anos passam, o aumento do custo de vida se torna um desafio a ser enfrentado. Para os 60+, há gastos extras em áreas essenciais, como saúde. É nesta fase que os custos com planos médicos e remédios se tornam muito significativos, ao mesmo tempo em que a receita costuma cair, especialmente se não houve um planejamento financeiro adequado ao longo do tempo.

O cenário que impacta o público longevo enfrenta atualmente um momento econômico ainda mais complicado. Ele é caracterizado por uma taxa Selic elevada de 13,25% ao ano - que dificulta o crédito - e inflação alta. Esses fatores resultam em juros reais de 9,18%, posicionando o país no topo do ranking mundial. Para a população idosa, essa conjuntura agrava o já elevado custo de vida.

Uma pesquisa do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) feita para a Febraban mostrou o difícil equilíbrio entre idade e preços. Entre 2022 e 2024, a inflação dos serviços de saúde e remédios foi a preocupação que mais cresceu entre os públicos: de 22% para 30% com relação à população em geral. No caso dos 60+, 37%.

O IPCA 50+, medido pelo Instituto de Longevidade, também avalia o aumento de preços para essa parcela da população. Em dezembro do último ano, data da última medição, ele mostrou variação de +0,49% em comparação com o IPCA. Ou seja, ficou além da inflação geral. Mas como criar estratégias para lidar melhor com uma vida mais cara na terceira idade?

aumento do custo de vida requer planejamentoCrédito: tech-BG/Shutterstock

Planejamento para lidar com aumento do custo de vida precisa ser iniciado o quanto antes

Assim como em áreas como saúde física e relacionamentos, quando se trata de finanças, a construção realizada no longo prazo pode fazer diferença. Por isso, é fundamental que as famílias adotem estratégias baseadas nos cinco pilares da Longevidade Financeira para mitigar os impactos econômicos na terceira idade. A aposentadoria também precisa ser vista com atenção, considerando que será cada vez mais necessário construir um planejamento que não dependa do INSS.

"O bem-estar na velhice é conquistado quando damos atenção a alguns pilares importantes ao longo da vida. Com relação às finanças, depender apenas do INSS não é um bom caminho, visto que, entre outras coisas, 70% dos benefícios possuem valores próximos a um salário-mínimo. Com isso, é importante adotar ações voltadas ao equilíbrio financeiro, o mais cedo possível. Entre elas, gastar de forma consciente, guardar dinheiro, investir, proteger patrimônio e saber ganhar mais. Tudo isso fará diferença no futuro", avalia o diretor do Instituto de Longevidade, Gleisson Rubin.

O executivo acredita que, mesmo quem não se planejou anteriormente e precisa se organizar melhor agora, pode adotar os pilares da Longevidade Financeira para lidar com o aumento do custo de vida na terceira idade. "Aprender a consumir de forma consciente, por exemplo, é uma ação que pode ser adotada em qualquer fase da vida. Da mesma forma, buscar alternativas para incrementar a receita de alguma forma", afirma Gleisson. "O que você sabe fazer e pode oferecer para as pessoas? Um bolo? Um artesanato? Uma consultoria? Um serviço de dog walker? Há muitas possibilidades", sugere.

Conheça os pilares da Longevidade Financeira que podem ser aliados de um planejamento

O Instituto de Longevidade aposta em cinco bases necessárias para que alguém possa envelhecer não apenas com qualidade de vida, mas com finanças saudáveis. Essas bases, chamadas de pilares, precisam ser adotadas de forma paralela no dia a dia para que seja possível adotar um modelo de precaução nos mais diversos cenários econômicos. Entenda quais são:

Ganhar Mais

Mesmo após a aposentadoria, buscar fontes adicionais de renda pode ser essencial para lidar com o aumento do custo de vida. Atividades como consultorias, trabalhos freelance ou monetização de hobbies podem complementar a renda fixa. Elas podem ajudar a cobrir despesas crescentes e a lidar com o aumento no custo de vida. Há até mesmo a possibilidade de complementar a renda com aplicativos de transporte ou recebendo viajantes em casa, via airbnb.

Além disso, o aumento da expectativa de vida reforça a importância de qualquer um manter-se ativo no mercado de trabalho - independentemente da forma - por mais tempo. Neste ponto, também vale participar de eventos voltados à longevidade, como os promovidos pela Maturi, que ajudam quem quer se atualizar e buscar recolocação.

Gastar Bem

Reavaliar hábitos de consumo é fundamental em qualquer fase, especialmente na terceira idade, quando é preciso priorizar determinados gastos. Com isso, fazer pesquisa de preços, buscar por descontos e negociar contratos de serviços, como planos de saúde e contas de telefonia celular, podem resultar em economias significativas.

Avalie também se determinados gastos realmente fazem sentido. Você está vivendo abaixo ou acima do padrão que poderia viver? A conscientização permite uma melhor alocação dos recursos disponíveis. "Também é importante aprender a usar crédito de forma consciente e estar atento para não emprestar o nome para gastos não emergenciais de familiares, algo que costuma acontecer muito com os 60+ por conta da facilidade dos consignados", alerta Gleisson Rubin.

Poupar Certo

Manter uma reserva financeira para emergências é vital. Mesmo que a capacidade de poupança seja limitada, direcionar parte da renda para uma poupança pode oferecer segurança diante de imprevistos, como despesas médicas não cobertas pelo plano de saúde. Para formar uma reserva, vale, inclusive, buscar objetos que você não usa mais e colocá-los à venda em plataformas como OLX ou Enjoei. Sempre haverá alguém querendo adquirir algo que você deseja vender.

Investir Melhor

Com a taxa Selic elevada, investimentos em renda fixa tornam-se mais atrativos. Avaliar opções como títulos do Tesouro Direto ou CDBs de bancos sólidos, no lugar da famosa poupança, pode proporcionar rendimentos que acompanham ou superam a inflação. Ou seja, investir bem pode ajudar a preservar o poder de compra e lidar melhor com o aumento do custo de vida.

Proteger o Patrimônio

Finalmente, é essencial assegurar que bens e recursos estejam protegidos contra riscos. Isso inclui manter seguros adequados e estar atento a fraudes financeiras. Normalmente, elas têm idosos como alvo. A proteção do patrimônio garante que os recursos acumulados ao longo da vida sejam preservados para uso futuro. "Um seguro de vida, por exemplo, não passa por inventário e pode garantir a segurança financeira da família. Já um plano de previdência PGBL possibilita dedução de IR. É importante buscar informação segura sobre essas ferramentas", orienta o diretor do Instituto de Longevidade.


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