O cenário econômico atual “não está para peixe” para o brasileiro médio. Taxa de juros em 13,25% com perspectiva de subir ainda mais até o fim do ano; inflação prevista de 8,89% para 2022; e desemprego de 9,4% em abril, o maior nível apurado desde o início da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua). Mas apesar desses dados, quem tem dinheiro sobrando encontra muitas possibilidades de investir com pouco risco.
Isso porque quem tem um perfil mais conservador pode aproveitar que a renda fixa se encontra em um de seus melhores momentos. E dá para aproveitar tanto as opções de longo prazo quanto as de curto prazo, já que a base desses investimentos costuma ser a taxa Selic ou o IPCA, que mede a inflação. Ou seja, índices que estão bem altos no momento.
Crédito: Brenda Rocha-Blossom/shutterstock
Para investir com pouco risco é preciso conhecer os ativos
De acordo com Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, antes de investir é importante conhecer as características do ativo em que se quer aplicar e os riscos envolvidos. Além disso, vale entender o cenário macroeconômico. "O mercado acredita que, por conta dos indicadores e persistência da inflação, é bem provável que o BC vai manter a taxa de juros alta por um período mais prolongado. Olhando para esse cenário de juros mais altos por mais tempo, os ativos pós-fixados atrelados à Selic são mais interessantes”, afirma. Ou seja, quando a Selic sobe, os investimentos atrelados a ela também sobem.
Ainda assim, ele também explica que estamos chegando a um ponto de inflexão no que diz respeito às altas de juros. Ou seja, ativos prefixados também passam a ser uma boa opção. Isso porque se beneficiam da manutenção da taxa de juros ou queda deles no futuro. "Hoje é recomendável estar em um mix de ativos pós-fixados e prefixados em detrimento dos ativos atrelados à inflação. Isso porque a gente espera que, dado esse ciclo de aumento de juros, haja arrefecimento dos indicadores de inflação. Então, esses títulos que tem IPCA como parcela remuneratória passam a ficar menos atrativos", esclarece.
Para investir com pouco risco no cenário econômico atual é importante usar uma das máximas do mercado financeiro: nunca colocar todos os ovos na mesma cesta. E isso vale, inclusive, para quem é conservador e aplica em renda fixa. Até mesmo na renda fixa é possível diversificar, escolhendo ativos pré e pós fixados e de curto ou longo prazo, por exemplo.
Confira investimentos em renda fixa que estão rendendo mais de 1% ao mês
Com a Selic em 13,25%, há muitos investimentos em renda fixa que estão rendendo mais de 1% ao mês. Essa é a razão por que dá para investir com pouco risco atualmente. Em cenários de juros mais baixo, normalmente, é preciso arriscar mais para ter rendimentos similares.
Vale lembrar que a Selic é a taxa que o Banco Central usa para remunerar o investidor em seu principal título de investimento: o Tesouro Selic. Ele é a principal opção para o investidor que busca reserva de liquidez, pois pode ser sacado rapidamente sem que perca valor. Também é o investimento com maior grau de segurança no país.
Além do Tesouro Selic, outros investimentos de renda fixa são interessantes para quem quer ver o dinheiro render com base nas altas da taxa Selic. E o melhor, arriscando muito pouco.
Segundo o especialista da iHUB, Lucas Sharau, algumas opções de investimentos que estão rendendo mais por conta das recentes altas da taxa Selic são:
- CDBs – Certificado de Depósito Bancário
- LCI – Letra de Crédito Imobiliário:
- LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
- LC - Letra de Câmbio
- Fundos de investimento Referenciados DI
Garantias do FGC
Com relação à diminuição de riscos, é importante lembrar que quem investe em ativos privados, como CDBs, Letras de Câmbio, LCI e LCA tem seus investimentos garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O FGC assegura que o investidor receberá seu dinheiro de volta em casos de intervenção ou de liquidação de instituição financeira pelo Banco Central do Brasil. O valor é limitado a R$ 250 mil por CPF ou por CNPJ e por instituição financeira. O limite total da garantia é de R$ 1 milhão por investidor a cada período de 4 anos. Vale a partir do primeiro pagamento de garantia. Encerrado esse período, o limite de cobertura é restabelecido.
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