O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (12), o lançamento do novo consignado privado, uma modalidade de crédito que promete revolucionar o acesso a empréstimos para trabalhadores com carteira assinada. A Medida Provisória (MP) que regulamenta o sistema foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve entrar em vigor cinco dias após sua publicação. O objetivo é ampliar a oferta de crédito e reduzir as taxas de juros, beneficiando milhões de trabalhadores.
Como funcionará o novo consignado privado?
O novo consignado privado permitirá que trabalhadores do setor privado contratem empréstimos com parcelas descontadas diretamente da folha de pagamento. A grande novidade é a integração com o e-Social, sistema do governo que centraliza informações trabalhistas e previdenciárias. Com mais dados disponíveis, os bancos poderão avaliar melhor o risco de cada contrato, o que deve resultar em taxas de juros mais baixas.
Inicialmente, o sistema estará disponível no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. Posteriormente, será integrado aos aplicativos dos bancos. A expectativa é que a competição entre as instituições financeiras, por meio de um sistema de "leilão" de propostas, torne as taxas mais atrativas para os trabalhadores.
Taxas de juros e benefícios
Diferente do consignado para servidores públicos e aposentados, o novo consignado privado não terá teto de juros. A decisão foi tomada a pedido dos bancos, que argumentam que o setor privado é mais diversificado e complexo. No entanto, a expectativa é que as taxas caiam significativamente com a maior transparência de dados e a competição entre as instituições.
Atualmente, a taxa média do consignado privado é de 2,9% ao mês. O governo e a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) acreditam que o novo modelo pode triplicar o volume de crédito concedido, saltando de R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões. Além disso, os trabalhadores poderão usar o novo consignado para quitar dívidas mais caras, como créditos pessoais ou consignados antigos.
Crédito: Alison Nunes Calazans/Shutterstock
Desafios e expectativas
O novo consignado privado enfrenta alguns desafios para decolar. Atualmente, o sistema depende de convênios bilaterais entre bancos e empresas, o que limita a oferta de crédito. Além disso, pequenas e médias empresas têm dificuldades para acessar a modalidade devido à falta de integração tecnológica.
Segundo a Febraban, o novo modelo deve superar essas barreiras ao centralizar as informações e permitir que os trabalhadores comparem ofertas de diferentes bancos. "A migração do público de trabalhadores do crédito pessoal para o consignado privado certamente potencializará a atratividade do produto, trazendo benefícios relevantes", afirmou a entidade em documento enviado ao governo.
Impacto no mercado de crédito
O novo consignado privado chega em um momento de alta demanda por crédito no Brasil. Com taxas de juros mais baixas e maior transparência, a expectativa é que a modalidade atraia milhões de trabalhadores. Hoje, apenas 6% da carteira de consignado é destinada ao setor privado, mas o potencial de crescimento é enorme.
Para os bancos, o novo sistema representa uma oportunidade de ampliar sua base de clientes e reduzir a inadimplência. Para os trabalhadores, significa acesso a crédito mais barato e seguro, com parcelas que cabem no orçamento.
O lançamento do novo consignado privado marca um avanço importante no mercado de crédito brasileiro. Com mais transparência, competição e integração de dados, a modalidade promete beneficiar milhões de trabalhadores e impulsionar a economia. Agora, a expectativa é que os bancos se adaptem rapidamente ao novo sistema, garantindo que os benefícios cheguem logo aos consumidores.
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