Na infância e na adolescência, fomos bombardeados por histórias futurísticas que falavam de tele transporte, de carros que voavam e o tão sonhado carro autoguiado, que sequer precisava ser pilotados por humanos, mas por robôs. Tínhamos uma visão romântica e um tanto quanto ingênua do futuro.
Quando o ano 2000 chegou, trouxe com ele a desilusão de que nada do que havia sido previsto em livros e filmes como “2001: uma odisseia no espaço” realmente aconteceu. Continuamos com pés bem fincados no chão, enfrentando horas de congestionamento.
Contudo, não se pode ignorar o fato de que muito já evoluímos. Uma das mais recentes conquistas foi a produção de veículos autônomos, que chegam com um atraso de pelo menos 15 anos em nossas vidas, mas que já são uma realidade em alguns países do mundo.
Pensados nas décadas de 1960 e 1970, os veículos autônomos são aqueles pilotados com quase nenhuma intervenção do motorista. Eles ainda não se locomovem sozinhos, mas ajudam – e muito! – na tarefa dos motoristas atuais, que permanecem com a responsabilidade sobre a direção.
Podemos fazer uma analogia com a aviação, que há décadas funciona de modo automatizado e é considerada um dos meios de transporte mais seguros. O comandante é responsável apenas pela decolagem e pela aterrissagem da aeronave. Lá em cima, durante o voo, tudo é realizado por instrumentos.
Como vão funcionar os carros autoguiados?
Ao dar a partida no motor do veículo, o piloto deve digitar seu destino no GPS do carro e guiá-lo normalmente até uma área de controle de tráfego autônomo. A partir desse ponto, o piloto automático assumirá o controle do carro. O piloto, no entanto, deve permanecer no assento do motorista disponível durante todo o percurso, pois a qualquer momento poderá ser solicitado para realizar alguma intervenção. Ao sair da área de controle de tráfego, o condutor reassume o controle do carro, para guiá-lo até o final do percurso.
A legislação das cidades que já fazem uso de carros autoguiados impede que o veículo circule sem condutor, o que não é nenhuma novidade, haja vista que o início e o final do percurso precisa ser feito com intervenção humana. Isso se deve basicamente à impossibilidade de estender o sistema a todas as vias.
Homem vs Máquina
Um dos principais problemas enfrentados pelos sistemas de veículos autônomos é o fato de terem que dividir as pistas com condutores humanos que, além de mais propensos a falhas, nem sempre seguem as regras de trânsito.
Em 2015, um acidente pôs em dúvida o programa do Google. Ao se aproximar de um cruzamento, o veículo autoguiado reduziu e parou para que um pedestre, que aguardava na faixa de travessia, pudesse atravessar a pista. No entanto, um motorista desatento acabou colidindo no carro do Google. Felizmente, o pedestre saiu ileso.
Em um teste anterior, realizado pela empresa em 2009, o veículo não conseguiu atravessar um cruzamento porque ficou esperando que os demais carros freassem completamente. Como os carros continuavam avançando, o veículo autoguiado permaneceu parado, pois seu sistema é programado para seguir à risca as leis de trânsito e evitar qualquer situação que ponha em risco a vida dos passageiros.
Conheça algumas vantagens do uso da tecnologia
1) Diminuição de multas – como os sistemas são programados para funcionar estritamente dentro das leis de trânsito, a probabilidade de algum veículo autoguiado ser multado é praticamente nula.
2) Redução dos congestionamentos – o modelo sugerido de carros autônomos contempla a possibilidade do compartilhamento de veículos. Com isso, as pessoas deixarão de adquirir seus próprios carros e usarão veículos compartilhados, o que reduzirá a quantidade de unidades nas ruas e, consequentemente, os congestionamentos.
3) Redução de acidentes de trânsito – pelo mesmo motivo da redução de multas, os carros autoguiados terão uma direção mais precisa e menos imprudente, o que reduzirá consideravelmente o número de acidentes de trânsito.
4) Redução da poluição – com a automação dos sistemas, a aceleração e a frenagem serão realizadas de forma mais eficiente para controlar o consumo de combustível.
5) Maior conforto – Como o carro será guiado pelo computador ao longo da área de controle de tráfego autônomo, o tempo que seria gasto pelo condutor na direção poderá ser usado de outra forma, como falar ao telefone, assistir a um filme ou mesmo realizar reuniões de trabalho por videoconferência.
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