O relação entre avanço da mudança climática e longevidade preocupa especialistas e levanta alertas sobre os desafios de adaptação da sociedade. A discussão ganhou destaque em evento paralelo à COP30, na Casa do Seguro, onde especialistas debateram a necessidade de repensar o modelo de proteção diante do envelhecimento populacional e do aumento dos desastres ambientais. Ambos os fenômenos (o aquecimento global e a transição demográfica) caminham em ritmos acelerados e com impactos que se somam.

O envelhecimento da população brasileira acontece em uma velocidade muito superior à dos países desenvolvidos. Essa mudança demográfica exige novas estratégias de proteção social e financeira, assim como as mudanças climáticas exigem políticas de adaptação e mitigação. O debate reforçou que o país enfrenta dois desafios urgentes. São eles a sustentabilidade do sistema previdenciário e a vulnerabilidade crescente diante de eventos climáticos extremos.

Segundo especialistas, será cada vez mais necessário poupar mais e de forma constante. A poupança é essencial tanto para enfrentar desastres ambientais quanto para garantir renda na aposentadoria. Nesse contexto, os seguros de vida e de previdência ganham importância. Além de proteger os indivíduos, esses produtos também impulsionam a economia, ao gerar empregos e movimentar o Produto Interno Bruto (PIB).

Mudança climática e longevidade exigem novas estratégias de proteção

O debate sobre mudança climática e longevidade realizado durante o evento destacou que o Brasil é um dos países mais afetados pelas mudanças climáticas. Principalmente devido à sua localização geográfica. O aumento das ondas de calor e a maior frequência de desastres naturais tornam a população mais vulnerável. Essa vulnerabilidade é ainda maior entre pessoas idosas, que enfrentam mais dificuldades para se adaptar a temperaturas extremas ou situações de risco.

A mudança climática e longevidade estão interligadas também pelo impacto que exercem sobre a saúde pública. O envelhecimento populacional pressiona os sistemas de saúde e previdência. Enquanto isso, as mudanças no clima aumentam a incidência de doenças e o número de mortes relacionadas a ondas de calor. Segundo estudos citados no evento, entre 2003 e 2006, as altas temperaturas provocaram 48 mil mortes adicionais nas regiões metropolitanas do Brasil.

Os palestrantes lembraram que o Brasil envelhece antes de enriquecer, o que agrava o cenário. O país ainda tem baixa penetração de seguros e previdência privada, em comparação com nações como Estados Unidos e Japão. A massificação desses produtos é vista como um caminho necessário para garantir proteção financeira mais ampla.

Nilton Molina, fundador do Instituto de Longevidade MAG, falando, no painel seguros, mudança climática e longevidade, na COP30, em Belém. Crédito Torin Zanette

A visão de Nilton Molina sobre o envelhecimento e o futuro da previdência

Durante o evento, Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade da MAG Seguros, chamou atenção para os riscos que o país enfrenta ao não se preparar para o envelhecimento populacional. “O Brasil está envelhecendo antes de ficar rico, ao contrário de outros países, que enriqueceram antes de envelhecer”, alertou.

Para Molina, a realidade econômica e demográfica exige uma mudança de comportamento. A previdência social, segundo ele, tende a se tornar uma fonte de renda mínima, o que reforça a necessidade de poupança individual e investimento em previdência privada. “Façam poupança porque a sociedade não vai ter dinheiro para sustentar grandes programas de seguro social”, afirmou.

O executivo destacou ainda que o cenário futuro será de maior responsabilidade individual. “No futuro, o seguro social vai corresponder a uma renda mínima, porque o governo não terá condição de custear os benefícios na mesma proporção atual”, observou.

Com mais de 90 anos e ainda em plena atividade, Molina compartilhou sua própria experiência como exemplo de longevidade produtiva. Ele defende que cada pessoa deve se planejar para continuar ativa e financeiramente segura. Para ele, as pessoas precisam fazer poupança para chegar a uma idade em que possam utilizar esse recurso, sem se aposentar para continuar trabalhando com um nível menor de estresse.

A combinação entre mudança climática e longevidade impõe um novo modelo de planejamento para a sociedade brasileira. O evento mostrou que o futuro da previdência e dos seguros está diretamente ligado à sustentabilidade ambiental e social. 


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