Nos primeiros três meses de 2024, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) registrou 42.995 denúncias de violações contra pessoas idosas. No  mesmo período de 2023, foram 33.546 registros. Em 2022, 19.764. O aumento no número de denúncias de violência contra idosos tem sido um problema crescente e preocupante no Brasil.

Um vídeo de uma mulher tentando obter um empréstimo em nome de um idoso falecido trouxe à tona o assunto. A polícia está tratando o caso como uma tentativa de fraude. Contudo, o cenário chama atenção pela vulnerabilidade e das pessoas idosas no país. Das denúncias realizadas, os abusos mais comuns relatos são a negligência (17,51%), a exposição de risco à saúde (14,68%), a tortura psíquica (12,89%), maus-tratos (12,20%) e a violência patrimonial (5,72%).

O que leva ao aumento no número de denúncias de violência contra idosos?

Há fatores mais comuns que levam ao aumento no número de denúncias de violência contra idosos. Como, por exemplo, a exaustão do cuidador, a falta de preparo, o desconhecimento da lei e condições socioeconômicas precárias.

Em entrevista à Agência Brasil, Sandra Rabello explica que “as famílias podem cometer esses crimes por falta de conhecimento e de preparo ao cuidar de pessoas fragilizadas. A falta de informação, de divulgação sobre a legislação, traz dificuldades nesse cuidado. As condições de vida, como o desemprego, também favorecem as pessoas a cometerem determinados crimes, como empréstimos consignados, extorsão, pressão sobre os idosos, violência psicológica. Outra questão é a exaustão sobre o cuidado de idosos, fragilizados ou com síndrome demencial. Isso pode prejudicar muito os relacionamentos dentro das famílias”.

Sandra é coordenadora de projetos de extensão do Núcleo de Envelhecimento Humano da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Além disso, é presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Ela pontua que “a identificação de abusos pode surgir através da convivência de um profissional com a pessoa idosa, que vai observar os sinais e fazer uma intervenção. Nos casos de exploração, o profissional deve estimular a pessoa idosa a fazer a denúncia ao Ministério Público”.

Um idosos triste, olhando para o horizonte, ao lado de uma janela com cortina fechada. Imagem para ilustrar a matéria sobre o número de denúncias de violência contra idosos. Crédito: Bricolage/Shutterstock

Disque 100

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reforça que o Disque 100 funciona 24 horas por dia, nos 7 dias da semana. O canal é uma forma de registrar denúncias de violações. Além disso, ele dissemina informações e orienta a sociedade sobre a política de direitos humanos.

O Disque 100 pode ser acionado por meio de ligação gratuita em qualquer aparelho telefônico. Pela internet, as denúncias podem ser feitas no site da Ouvidoria, pelo WhatsApp (61) 99611-0100 ou Telegram. O serviço também dispõe de atendimento na Língua Brasileira de Sinais (Libras), no site da Ouvidoria.


A cartilha, criada pelo Instituto de Longevidade, conta com mais detalhes sobre os tipos de violências que pessoas idosas podem sofrer. Além disso, com o suporte de diversos especialistas, é possível saber como agir em casos de abusos e também como identificar os sinais em idosos que sofrem violência.

Baixe a cartilha gratuitamente e veja como fazer a sua parte na luta contra a violência que pessoas idosas sofre.

Como evitar e combater a violência contra a pessoa idosa

Preparamos uma cartilha para ajudar você a entender quais são os tipos de abuso cometidos contra pessoas idosas, saber como identificar os sinais e como denunciar nos canais corretos.

Livro

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