Pense em um tema que não gostamos de falar, que sua família não tem interesse, que desanima seus amigos e que deixa qualquer conversa triste. Ela é algo presente no nosso cotidiano e, ainda assim, não queremos falar sobre morte.
Até porque, para quê? O que aprendemos sobre a morte? Ela é o fim da linha da nossa vida e um lugar sobre o qual ninguém foi capaz de criar um conceito universal. O que a morte tem a nos oferecer, afinal?
Pensando de forma bem fria e calculista, absolutamente nada. É o fim e ponto. Acabou, boa sorte.
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Mas o problema não é ela. O grande problema, diria até mesmo gigantesco, é que não estamos preparados para lidar com a morte de nossa família e de pessoas que amamos, materialmente falando. Sim, precisamos lidar com o que fica.
Imagine o seguinte cenário: seu pai tem 89 anos, dois apartamentos, alguns investimentos e uma renda que acumulou ao longo de toda a sua vida. Infelizmente, ele vem a óbito. E agora?
Bom, o papel dele já foi realizado. Suas conquistas e a vida financeira que ele idealizou aconteceram. Mas agora começa o problema: quem resolve o que ficou no plano dos vivos? E as dívidas? O Imposto de Renda? A divisão de bens? Será que alguém vai querer gastar o dinheiro com um Porsche ou sabe-se lá o quê?
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O sentimento de perder uma pessoa nos torna completamente passionais e pensar em todas essas interrogações logo após a morte de alguém é completamente inconcebível. É por isso que precisamos falar sobre morte, pensar e planejar cada momento da vida e o que deixamos em vida.
Claro que você não deve chegar para o seus pais hoje e falar: façam um testamento, hein.
Porém, qual seria o problema de conversa sobre isso e definir as coisas aos poucos? Acredite, isso também é um tipo de planejamento financeiro. Além disso, é um tipo de planejamento que vai fazer você sentir menos dor quando começar a mexer nos papéis que representam aqueles que se foram.
Cada ida ao cartório para resolver “a famosa papelada” é extremamente dolorosa para os que ficam. Então, falemos sim de morte. Resolver com antecedência não é desejar a morte de alguém, e sim saber que terá paz quando isso acontecer. Não podemos fingir que isso não vai acontecer.
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Pense sempre nas seguintes coisas ao falar sobre morte:
- Realmente vai precisar de testamento? Existem muitos bens a serem divididos? Então, papel e caneta e vamos lá!
- Não se esqueça do Imposto de Renda, porque o leãozinho não vai se esquecer de quem está vivo e nem de quem está morto.
- Alô, alô, gerente do banco, podemos trocar uma ideia? Se você ou seus pais possuem investimentos, esse dinheiro precisa ir para algum lugar seguro quando vocês estiverem em outro plano.
- Plano funerário sim! Não é você que precisa esquentar a cabeça quando o pior acontecer. Existe quem faça isso para te deixar um pouco mais tranquilo no seu momento de luto.
Falar sobre morte definitivamente nunca será algo fácil, mas as consequências burocráticas dela podem ser facilitadas quando tratamos do assunto.
Então, repense, converse com sua família, trace estratégias e planeje. Até porque planejamento nunca é demais.