Uma pesquisa liderada pela Universidade de Harvard revelou que a Covid-19 reduziu em quase dois anos a expectativa de vida do brasileiro. O índice crescia de forma ininterrupta desde 1945 e a estimativa era de que chegasse a 77 anos em 2020. No entanto, a morte de cerca de 195 mil brasileiros no ano passado em função da doença reduziu essa média para 75 anos.
Com a participação de pesquisadores de Harvard, Princeton, Universidade do Sul da Califórnia e Universidade Federal de Minas Gerais, o estudo mediu o impacto direto das mortes por Covid-19 na demografia brasileira.
O Distrito Federal foi o local mais afetado: enquanto a média nacional diminuiu em 1,94 ano, a expectativa de vida no DF sofreu uma redução de 3,68 anos. Amazonas, Amapá, Roraima e Espírito Santo vieram logo atrás, também com uma redução de mais de três anos na esperança de vida ao nascer de seus habitantes.
Impactos da Covid-19 na longevidade do brasileiro
De acordo com a demógrafa Márcia Castro, chefe do departamento de Saúde Global e População da Universidade de Harvard e líder do estudo, foram apenas considerados os óbitos causados pela Covid-19. No entanto, o excesso de mortes no Brasil em 2020 chamou a atenção dos pesquisadores.
Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o país contou com 275 mil mortes acima do esperado no ano passado. Ou seja, 80 mil a mais do que o número registrado como consequência da Covid-19.
Como o dinheiro (ou a falta dele) afeta a expectativa de vida do brasileiro
Márcia explica que a queda da expectativa de vida do brasileiro deve impactar na queda do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade em relação a educação, saúde e renda.
Crédito: CGN089/shutterstock
Além do impacto na longevidade dos brasileiros, a pandemia também afetou o seu bolso. De acordo com uma pesquisa feita pelo Insper em fevereiro a pedido do G1, o fim do auxílio emergencial no começo do ano levou cerca de 2 milhões de brasileiros para a pobreza em janeiro. Enquanto isso, 26 milhões de pessoas passaram a sobreviver com uma renda per capita de apenas R$ 250 por mês.
Já uma pesquisa recente feita também pela Insper mostra que o novo auxílio emergencial, distribuído à população desde o começo de abril, não é suficiente para cobrir as necessidades básicas dos seus beneficiários. O estudo levou em conta o atendimento de necessidades básicas, como alimentação e higiene.
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