À medida que envelhecemos, algumas páginas das nossas vidas podem se extraviar ou se perder. Algo que pode ser desconfortante e até mesmo doloroso. Para lidar com essa situação, o professor Charan Ranganath compartilha estratégias para preservar nossa memória. Com 25 anos de experiência no estudo do cérebro, ele sugere hábitos que afetam a memória e que devem ser evitados.
Charan Ranganath é diretor do Laboratório de Memória Dinâmica da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. É um dos neurocientistas mais respeitados no campo da memória. Ele assegura que o risco de perda de memória pode ser minimizado.
Em uma entrevista à BBC News Mundo, Ranganath, autor do livro Why We Remember ("Por que nos lembramos", em tradução livre), identificou quatro hábitos que afetam a memória e que podem afetar a capacidade do nosso cérebro de se lembrar das coisas. Confira abaixo!
Crédito: Orawan Pattarawimonchai/Shutterstock
4 hábitos que afetam a memória e que podem ser combatidos
1. Falta de descanso adequado
Conforme envelhecemos, tendemos a dormir menos. Além disso, problemas relacionados ao trabalho, finanças e saúde podem afetar a qualidade do sono, o que pode ser prejudicial para a saúde.
Ranganath explica que o sono tem uma função restauradora. Durante o sono, o cérebro não só elimina elementos nocivos e recarrega as baterias, mas também organiza nossas memórias. Ele sugere evitar o uso de celular e computador, refeições pesadas, álcool e cafeína antes de dormir para tentar ter um sono reparador.
2. Multitarefa
No mundo competitivo e agitado de hoje, a capacidade de ser multitarefa é vista como algo positivo. No entanto, Ranganath alerta que isso pode ser prejudicial para a memória. Ele explica que existe uma competição em nosso cérebro entre os conjuntos de neurônios que participam de diferentes tarefas. Isso dificulta a realização de várias tarefas ao mesmo tempo de maneira correta e eficiente.
Para evitar esse hábito, evite distrações, coloque o celular em modo silencioso e faça pausas para relaxamento. Isso pode ajudar a manter o foco e melhorar a retenção de informações durante a execução de uma tarefa.
3. Monotonia
Ao contrário do que se possa pensar, o cérebro humano não está programado para se lembrar de tudo. Na verdade, ele é seletivo. Apenas aquelas experiências ou eventos associados a emoções fortes que liberam certas substâncias químicas em nosso cérebro serão fixados em nossos neurônios.
Sair da rotina é essencial para preservar a plasticidade cerebral.
4. Excesso de confiança
As pessoas costumam acreditar que sua memória é muito boa. Mas, em algum momento da vida, percebem que não é o caso. Ranganath explica que o cérebro não foi projetado para se lembrar literalmente de tudo o que vivenciamos.
Para aprender de forma eficaz, o esforço em evocar memórias é fundamental. Praticar e recordar informações recentes é um método útil para fortalecer a memória.
Se manter saudável também ajuda a preservar a memória
Além de combater os quatro hábitos que afetam a memória, Ranganath garante que existem outras maneiras de proteger nossa memória e desfrutar de uma boa saúde mental. Ele sugere buscar um sono melhor, aprender a lidar com o estresse, adotar práticas de atenção plena, manter uma boa saúde bucal e auditiva, e estimular a plasticidade cerebral através de relações sociais e exposição a novas experiências.
Por fim, o especialista afirma que estudos mostraram que essas boas práticas permitiram a algumas pessoas manter sua memória até uma idade avançada. Além de reduzir em um terço o risco de demência. De acordo com a Sociedade de Alzheimer do Canadá, 40% das pessoas podem ter algum tipo de problema de memória ao completar 65 anos. Por isso, ter boas práticas de saúde é fundamental para viver mais e melhor.
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