Empreender é o sonho de muitas pessoas, especialmente em uma fase mais madura da vida. Mas e quando o primeiro negócio não dá certo? Uma falência não deve ser motivo para ninguém desistir e é o que a empresária Ana Paula Ribeiro Cury, de 45 anos, nos mostra com a sua história. 

Tudo começou quando, com depressão, ela saiu da pequena cidade de Paulo de Faria, interior de SP, e foi para São José do Rio Preto. Seu pai, querendo realizar um desejo antigo de sua irmã mais nova, e de quebra ajudá-la, comprou para elas uma loja de artigos de presentes e decoração para casa.

A intenção familiar era boa, porém não era isso que Ana Paula queria fazer. De 2005 a 2009 ela tocou o empreendimento ao lado da irmã Ana Cristina. Após alguns meses da inauguração, porém, a irmã engravidou e teve que se afastar da loja, deixando o negócio 100% sob o seu comando.

Segundo ela, vários fatores implicaram na falência da empresa. Além de não gostar do que fazia, a falta de experiência com administração e contabilidade também contribuíram. “Iniciamos um negócio sem fluxo de caixa e não tínhamos ninguém para nos orientar de como fazer. Foi catastrófico! Comecei a pegar empréstimos no banco, um atrás do outro. Mudamos a loja de endereço, mas tudo ilusão. O buraco só aumentava”, relembra Ana Paula.

A falência do empreendimento foi inevitável. Mas as irmãs conseguiram tirar aprendizados do que aconteceu. Alguns pontos citados por elas são: investir somente em algo que te move, que faz sentido para quem vai empreender; ter planejamento financeiro; fluxo de caixa seguro; e dar sempre pequenos passos, um de cada vez!

Falência não impediu empresária de abrir outro negócio

Foto: Ana Paula Cury - Santo Santo Santo/Divulgação

Falência não impediu retorno ao empreendedorismo

A experiência negativa no primeiro negócio não impediu que Ana Paula, que é fonoaudióloga, tentasse outras experiências. Durante a faculdade, por exemplo, ela vendia lingeries para as amigas e outras estudantes e tinha boa procura das peças. Atuou de maneira filantrópica em uma creche carente na cidade de Paulo de Faria, bem como foi provedora voluntária da Santa Casa local.

Após a falência de sua loja de decoração, foi ajudar o irmão com uma loja que ele tinha de produtos populares durante dois anos. Depois, prestou serviços de buffet em um espaço de festa de sua mãe, ao lado da irmã. Foi nessa mesma época que sua vida mudou novamente.

Em 2015, a irmã Ana Cristina a presenteou com uma pulseira de silicone de São Bento. O presente fez sucesso entre amigos e parentes e, no ano seguinte, Ana Paula resolveu empreender novamente, revendendo as peças da própria casa.

Negócio começou com parcelamento no cartão

Deixando a experiência da falência para trás, Ana Paula decidiu começar a revender as peças. Ela comprou cerca de 70 pulseiras de silicone com o emblema da cruz sagrada de São Bento. Para isso, investiu R$ 2.700,00, que parcelou em 5 vezes no cartão.

A princípio, começou vendendo da própria casa, porém o negócio decolou rápido e, em seis meses, foi necessário alugar um espaço físico. 

“Meu apartamento ficava fora de mão para as pessoas irem retirar as pulseiras. Tive que contratar uma pessoa para ajudar meio período por conta dos envios pelos Correios. Já não dava mais para continuar em casa. Aluguei uma sala comercial de 6 m2, para trabalhar das 13h às 18h. A renda das vendas das pulseiras já pagava o aluguel do espaço. Já a mesa e o computador comprei parcelados pela internet. Me organizei e, por um ano, não fiz nenhuma retirada de loja, isso possibilitou construir um fluxo de caixa”, diz.

Ela se reencontrou com ela mesmo

De 2016, quando a marca Santo Santo Santo surgiu, para os dias atuais, o mix de produtos mudou: a primeira representação passou a contar com cerca de mil itens, entre as próprias pulseiras, chaveiros, adornos para carros, terços, acessórios masculinos e femininos, itens de decoração, incensos litúrgicos, velas aromáticas, luminárias, imagens de santos, adesivos, livros, entre diversas outras peças. Com o crescimento do empreendimento foi necessário migrar para um espaço maior, de 80 metros quadrados.

A pandemia  intensificou as vendas na forma online, via canais como WhatsApp, Instagram e o próprio site da marca com vendas para todo o Brasil. Inclusive, a empresa sentiu o reflexo por meio do e-commerce da loja.

Em dezembro de 2020, o faturamento duplicou, saltando de R$ 118 mil para R$ 265 mil, índices que continuam até os dias de hoje. “Foi quando veio a ideia de transformar a Santo Santo Santo numa franquia”, relembra Ana Paula. A marca faturou no ano passado mais de R$ 1,9 milhão. Com a expansão por meio do franchising, a expectativa é ampliar em 10% o faturamento para este ano.

Trabalho em família e autodesenvolvimento

Em 2018, a irmã de Ana Paula, Ana Cristina, passou a integrar a equipe da marca. A nova parceira agregou conhecimentos em diversas áreas, mas, em especial, na área comercial.

“É muito bom ter alguém da família trabalhando ao meu lado. Hoje eu e ela estamos nos autodesenvolvendo e melhorando. A nossa relação tem ficado cada dia mais leve, fluída e profissional. Hoje somos mais maduras e autorresponsáveis do que aquela época quando tínhamos uma loja de presentes e decoração para casa”, conta Ana Paula.

De acordo com a empresária, mesmo após sete anos à frente da empresa, ainda enfrenta algumas dificuldades, porém elas estão mais relacionadas às crenças limitantes pessoais do que ao próprio ramo do comércio em si. 

“Para melhorar isso, eu invisto muito em autodesenvolvimento, o qual acredito ser um fator muito determinante para os meus negócios. Sem esse investimento dificilmente estaria onde estou”, analisa.

Para a empresária, a “fórmula” para alcançar o sucesso rápido está em ser verdadeiro no que faz; amar quem está do seu lado nesse caminho e  ser honesto. "A vida não dá certo para quem faz coisas erradas. É preciso se autodesenvolver sempre e não desistir", sugere. 


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